Andei pensando seriamente em CSU (SA:CARD3) nas últimas semanas.
Por que será que uma empresa com ROE de 20 por cento, sem dívidas e com um belo negócio, negocia a míseros 3,5x Ebitda e 6,5x lucros?
Simples. A companhia falha miseravelmente em sua comunicação com o mercado.
CARD tem contratos de longo prazo para a gestão de cartões de crédito e fidelidade. Mas a companhia insiste em somente divulgar as mudanças em sua base no momento da assinatura e cancelamento destes contratos.
Na assinatura, a base cresce devagar. Mas nos cancelamentos, a base cai de supetão.
CARD tem completa visibilidade de sua base com 1 ano de antecedência e poderia indicar o aumento ou queda no volumes ao mercado.
Mas não. Uma companhia de tecnologia é gerida com dogmas da idade da pedra: toda informação é confidencial, todos os dados são secretos.
No 1T18 tivemos queda de apenas -16 por cento com a saída do BMG e os outros -13 foi uma limpeza habitual de base.
(Mesmo com a queda de -29 por cento na base, Ebitda -6 por cento menor e lucros -3 por cento menores).
Se a companhia indicasse a saída do cliente, a surpresa nos resultados seria muito menor.
Para os próximo trimestre, sua base volta a aumentar organicamente e a companhia não sofre com a piora econômica. Maravilhoso.
Nenhum cliente representa mais que 14 por cento da receita da companhia – o BMG, saidinho, era o maior.
Torcemos para que a gestão melhore sua comunicação. Até lá, CARD continua boa e barata, tudo que o bom Value Investor procura.
--
Acompanhe muito mais no Twitter: @BruceBarbosa88, no FB: BruceBarbosaOficial e LinkedIn: BruceBarbosaOficial