De tempos em tempos o mercado abre brechas de oportunidades para nós investidores. Em vários momentos são distorções que abalam a confiança de um grupo de investidores ou toma conta do mercado, porém balanceiam o risco-retorno para quem está atento.
Recentemente, tivemos uma bomba caindo sobre os fundos imobiliários (FIIs), o que o investidor antes via como uma fortaleza e muitas vezes até uma forma de se expor a renda variável, porém com menor volatilidade e ainda com uma distribuição do aluguel não tributada foi colocada em cheque.
Depois de passar por várias situações que movimentam o mercado dessa forma, o investidor tende a olhar de forma mais racional esse tipo de movimento.
Uma coisa é entrar em pauta a tributação e outra bem diferente é passar e ser aprovada.
Como temos visto nos últimos dias, o mercado vem retomando a consciência de que o cenário extremo no qual a isenção de tributação na distribuição caia por terra não é mais tido como o cenário base.
No maior estilo “compre ao som de canhões”, esse pânico todo gerado por essa alteração na tributação dos FIIs trouxeram grandes oportunidades, ou sendo o mais conservador na colocação, aumentaram bem a margem de segurança quando olhamos o risco da alocação.
Alguns setores já vinham sofrendo mais que outros devido ao impacto que todo o cenário coronavírus causou no próprio estilo de vida e na forma como as pessoas se utilizam de algumas estruturas.
Uma delas foram os escritórios. Inicialmente, e aqui abro parênteses para novamente o extremo, todos achavam que os escritórios estavam mortos. Era o fim dos escritórios, o home- office foi tido como o cisne no lago. Moderno, casa com o discurso da empresa deixar o colaborador produzir em um ambiente amigável já a ele que é seu lar, horas mais flexíveis, porém o que se tem visto é uma volta gradativa conforme a situação passa de estável para controlada.
No segundo trimestre de 2021, foi a primeira vez de saldo positivo entre áreas contratadas x áreas devolvidas nas principais regiões de são Paulo, segundo o Valor Investe.
Por terem passado já por um estresse e sim, várias empresas entregaram escritórios e isso aumentou a vacância de vários FIIs de lajes corporativas, reduzindo também o pagamento por cota e o acúmulo de mais essa questão tributária, trouxe alguns fundos a valores para um patamar ao meu ver “interessantes”.
Fundos abaixo do seu valor patrimonial e pagando yields de 6,7,8% ano.
Se projetarmos um cenário controlado onde novas variantes mais difíceis sejam controladas e o ambiente volte aos poucos ao normal, o setor de lajes corporativas tende a ter uma atratividade.
Essa semana tivemos duas grandes empresas, a Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34) e a Shopee, na reta final para locar a maior parte do Faria Lima Plaza, e o mercado tem cada vez mais olhado por esse retorno, de empresas de médio, grande porte para a parte física em escritórios, mesmo que em uma hipótese de atuação hibrida de seus funcionários.
Vale ficar atento a esse movimento.