Para iniciar a semana falando em câmbio, devemos considerar alguns fatores na análise do que pode ocorrer com o mercado nesta segunda-feira (24):
Há possibilidade de realização devido à forte alta de sexta feira do dólar, que foi ocasionada dentre outras coisas pelo impacto ainda da ata do FED que sinaliza que os estímulos a economia americana podem estar mais próximos do fim do que se imaginava. Além disso, a economia dos Estados Unidos deve se recuperar mais rapidamente do que a Europa. Neste cenário de recuperação, os ativos de risco perderão valor e o sentimento de instabilidade vai sim refletir no cmbio. Se os juros americanos subirem, é muito provável que o investidor prefira o mercado americano ante aos emergentes e o dólar saia fortalecido.
Internamente no período da manhã, sai o Boletim Focus (divulgado todas as segunda-feiras), no qual o mercado lê as estatísticas divulgadas pelo Banco Central para a análise de mercado da semana anterior quanto a vários assuntos: Selic, dólar, índice de preços, atividade econômica do pais dentre outras. No boletim anterior, a previsão da taxa de cambio estava em R$ 5,30 e Selic anual prevista para 5,5% no final deste ano.
Hoje devem se reunir os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir o fatiamento e o cronograma da reforma tributária. Para esta reunião. está previsto ainda uma conversa sobre o projeto relacionado à lei que adequa e suplementa o orçamento de 2021
Na sexta-feira também houve redução na previsão do “estouro” no orçamento com a revisão para baixo na estimativa das despesas obrigatórias, mas nada do mercado de câmbio reagir. O momento é mesmo de cautela, apostar no enfraquecimento do dólar,só se for devido a causas pontuais, tais como na ocasião de aumento de Selic, afinal o risco-país continua bem alto não apenas pelo fato da vacinação estar lenta aqui, mas também pela falta de adesão ao combate a pandemia por parte do presidente, e segue CPI da Covid.
Hoje também temos o discurso de Lael Brainard, membro do FOMC, que deve dar mais detalhes sobre a política monetária americana já pré-anunciada na ata do Fed.
Recuperação econômica mesmo a níveis pré-pandemia só lá para meados de 2022 (Europa), com exceção de Alemanha e França, que podem atingir esses níveis já no final deste ano.
Apesar de projeções de dólar baixo para Brasil feito por alguns bancos, a minha visão é de que, enquanto houver pandemia e política interna conturbada, o dólar se mantém forte.