O dólar tem mudado de sinal no decorrer do dia. Vimos um mercado operando sem rumo, entre altas e baixas no período da manhã, chegou até a ensaiar uma queda no intraday. Mas, no final do pregão, o mau humor pegou e vimos uma piora de humor nos mercados internacionais, ainda por temores sobre recessão global em meio a perspectivas de altas mais fortes dos juros pelo mundo. E, por aqui, com rumores sobre concessão de reajuste salarial de 5% aos servidores do Judiciário federal, com impacto de quase 828 milhões de reais a partir de julho deste ano.
Ontem, mercado viu sinais de que a pandemia está diminuindo em algumas regiões da China, o que em determinado momento alivia para o câmbio. Por outro lado, as sanções da Rússia contra países que dependem de seu gás permanecem e causam temores nos investidores.
O CPI americano ( dado de inflação ) subiu 0,3% em abril ante março, superando a expectativa de analistas de alta de 0,2%. Por outro lado, o índice desacelerou em relação ao avanço de 1,2% do mês anterior. Esse CPI não muda a perspectiva de curto prazo para a política monetária do Fed, que deve elevar a taxa básica de juros em 50 pontos-base nas suas duas próximas reuniões, em junho e julho.
O dólar à vista terminou o dia em alta cotado a R$ 5,1455 na venda. Ruídos locais sobre pressões por aumentos de salários do funcionalismo público e renovados comentários sobre o teto de gastos tampouco ajudaram a promover alívio sustentado no dólar, que só não subiu mais barrado pelo fortalecimento das commodities nesta sessão.
Por aqui, o IPCA atingiu a taxa mais alta para abril em 26 anos e ultrapassou a marca de 12% em 12 meses, com os preços dos combustíveis e dos alimentos continuando a pressionar o bolso dos consumidores.
O que estamos vendo é que a posição comprada em dólar diversifica a carteira contra riscos de recessão global potencialmente catalisados pelo conflito na Europa, lockdowns em Shanghai ou aperto excessivo de juros pelo Fed.
Boa sorte, pessoal!