Ontem, o dólar à vista subiu e fechou o dia citados. R$ 5,2844 para venda em meio a temores de investidores de que o montante de gastos extra-teto embutidos na PEC da Transição siga próximo dos 200 bilhões de reais e sinais de resiliência da economia dos Estados Unidos respaldando a força da divisa norte-americana.
Ontem lideranças do Senado e da Câmara acertaram que o texto da PEC da Transição terá vigência por dois anos e que a proposta manterá o valor original proposto, que poderá abrir uma exceção no teto de gastos de até 198 bilhões de reais para custear o Bolsa Família, entre outros pontos. Esse valor extra-teto e a falta de definição de quem será o ministro da Fazenda de Luiz Inácio Lula da Silva (que disse que só vai divulgar o nome após dia 12) acabou gerando a valorização do dólar por aqui.
Por aqui, segue a expectativa pela Selic de amanhã, consenso no mercado de que a taxa será mantida nos atuais 13,75%, mas mercado segue atento a qualquer indicação do Copom sobre como as atuais incertezas fiscais podem afetar decisões de alta de juros.
Já no exterior, dados do setor de serviços dos Estados Unidos mais fortes do que o esperado desencadearam piora generalizada no humor dos mercados globais, alimentando a disparada do dólar frente ao real. O PMI do setor de serviços norte-americano subiu bem mais do que o esperado em novembro, o que pode reforçar temores de que o Federal Reserve seguirá agressivo no aperto da política monetária de forma a esfriar a economia e conter a inflação.
Quando toda esta instabilidade política passar, o real tende a se valorizar. Estamos vivendo uma onda de valorização de commodities e temos uma taxa de juro real que está entre as melhores do mundo, então, o cenário básico é de um real mais forte. Aguardemos a divulgação do ministro da Fazenda, para ver o quanto isso pode ou não ocorrer. Não esquecendo que Haddad segue sendo o favorito de Lula.
Quando as indefinições saírem da pauta, o mercado tende a se acalmar e recuperar fôlego.
Para hoje, no calendário, teremos na Europa discurso de Jochnick, membro do conselho fiscal do BCE. Nos EUA, balança comercial de outubro, exportações e importações. Por aqui, agenda econômica vazia.
Bons negócios a todos e muito lucro!