Nas últimas semanas estamos sentindo os efeitos da transição de governo de maneira mais intensa, e isso pode perdurar por meses a frente.
Deixamos para trás as influências da guerra entre Rússia e Ucrânia aparentemente por um tempo, já que houve menor interesse no mercado de câmbio nesta quarta feira(16) pós feriado aqui no Brasil e poucas horas depois de rumores em relação a mísseis Russos atingirem solo Polonês, o que foi corrigido e esclarecido pela Otan como sendo não intencional e possivelmente um incidente a partir da Ucrânia. Seria natural que o dólar se valorizasse frente ao real em busca de proteção, mas o que se nota são falas do futuro governo pesando mais nas movimentações de câmbio.
Ainda sem definição dos Ministérios da Fazenda e outros relacionados à economia, o mercado reage à evidente tentativa de furar o teto de gastos com a retirada do programa assistencial de auxílio, provocando um enorme risco fiscal de confiança e estabilidade econômica. Com críticas ou não, o futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas na COP27 no Egito, enquanto por aqui, o Partido Liberal inicia seu papel futuro de oposição ainda na base, solicitando ao TSE a anulação das eleições de 2022. Sem avanço.
O que vemos nas negociações de dólar é uma consolidação cada vez mais ampla com defesas ocorrendo principalmente nas faixas de preço entre R$ 5,440 e R$ 5,215. Investidores estrangeiros continuam alternando entre vendidos e comprados nos contratos futuros de Dólar, aparentemente cautelosos em montar grandes posições, a curva de juros nos Estados Unidos atrai os investidores daqui para a renda fixa de lá enquanto a nossa continua contribuindo para a desaceleração econômica, dificultando o crescimento da indústria e do comércio com a taxa SELIC nesse patamar ameaçando o PIB tanto desse final de ano quanto possivelmente no próximo ano.
Por fim, indefinições na futura condução da economia seguem fazendo muito mais parte do risco que o mercado acompanha, no otimismo, China aparentemente flexibiliza cada vez mais as restrições da pandemia e apoio ao mercado imobiliário por lá e gera ânimo global. Amanhã teremos fala dos membros do FOMC e dado referente a Índice de atividade Industrial e de Emprego da Filadélfia que foram destacados recentemente em falas anteriores. Vale ficar de olho.
Colaboração: Marcos Alexandre Pinto