A moeda norte-americana fechou em alta de mais de 1%, acima de 4,80 reais, num começo de junho nada bom para divisas emergentes em meio a renovados temores inflacionários e de juros mais altos pelo mundo.
Em mais um dia volátil, onde o câmbio variou de R$ 4,7227 a R$ 4,8154, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8065, alta de 1,10%.
No mercado, o sentimento de risco global piorou. O dólar ganhou terreno frente a 29 pares de uma lista de 33. Os dados fortes nos EUA alimentarem novamente apostas de elevação mais intensa dos juros norte-americanos. Ontem a atividade manufatureira dos Estados Unidos superou expectativas e se recuperou em maio, o que poderia diminuir temores de uma recessão iminente na maior economia do mundo e permitir maior agressividade do Federal Reserve em seu atual ciclo de aperto monetário. O Fed elevou sua taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual no mês passado, para uma faixa entre 0,75% e 1%, e planeja novos ajustes da mesma magnitude em cada uma de suas próximas duas reuniões de política monetária, neste mês e julho.
O Fed enfrenta uma tarefa difícil conforme tenta amortecer a demanda o suficiente para conter o aumento do custo de vida sem causar recessão. A instituição tem sido atrapalhada por problemas persistentes na cadeia de suprimentos, fator que foge de seu controle e foi exacerbado por lockdowns recentes na China e por um salto nos custos de alimentos e energia devido à invasão da Ucrânia pela Rússia.
A nossa moeda pode sofrer com efeitos negativos de um aumento de prêmio de risco decorrente da combinação entre as eleições de outubro e o fim do ciclo de aperto monetário pelo nosso Banco Central.
Porém, apesar de o ciclo de aperto monetário estar no radar na Europa e nos EUA, como somos exportadores de commodities, creio que o real não deve sofrer tanto quanto a moeda de outros países emergentes.
Índices para o mercado de câmbio acompanhar hoje são: aqui, no Brasil, o PIB do primeiro trimestre. Nos EUA, a ADP de maio, que é a variação de empregos privados e os pedidos iniciais por seguro desemprego.
Pelos próximos três meses, o Fed vai sacar da economia americana 45 bilhões de dólares por mês. Após três meses, está previsto um aumento ainda mais agressivo destes saques para 95 bilhões de dólares por mês. Mas, não se esqueçam que boa parte disso está em criptos. Vamos ver como vai acontecer esse “enxuga” de grana por lá.
Bons negócios a todos!