Ontem, foi um dia onde a divulgação de péssimos dados na China : a produção industrial por lá cresceu 3,8% em julho, na comparação anual, enquanto a previsão era de alta de 4,5%. As vendas no varejo do país avançaram 2,7% na mesma comparação, abaixo da expectativa de alta de 5,0%. Também houve resultados abaixo em investimentos em ativos fixos, enquanto a taxa de desemprego entre os mais jovens bateu recorde da série histórica.
Esses dados intensificaram temores sobre uma desaceleração econômica na segunda maior economia do mundo e voraz consumidora de commodities vendidas por emergentes como o Brasil. Com isso o banco central chinês cortou inesperadamente os juros.
O dólar à vista ontem fechou o dia cotado em R$ 5,0926. Chegou a subir bem mais do que isso, e a cair mais também. O dia foi de bastante volatilidade, mas o que falou mais alto por fim foi o carry trade. Houve um renovado apelo do real aos olhos de arbitradores de taxas de juros num cenário que combina possível fim do ciclo de alta de juros pelo banco central brasileiro e esperanças de abrandamento no ritmo de aperto monetário nos EUA.
O destaque da agenda continua sendo amanhã a ata da última reunião do Fomc e a análise desta sobre os próximos aumentos de juros nos EUA.
Vamos acompanhado falas de dirigentes dos bancos centrais americanos e, por aqui, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o quadro fiscal de 2023 gera preocupação diante da discussão sobre continuidade de medidas temporárias implementadas pelo governo. Para nós, do câmbio, destaco a parte onde ele ponderou que o componente de desaceleração da atividade global tende a ser mais forte sobre a inflação brasileira do que a depreciação cambial que seria gerada por uma fuga de capitais com a alta de juros em economias avançadas.
Bons negócios a todos!