O comportamento do dólar no mercado doméstico foi pouco afetado pela divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, uma vez que as pautas locais têm dominado os holofotes. O documento mostrou que todas as autoridades presentes na última reunião de política concordaram que o banco central dos Estados Unidos deveria diminuir o ritmo de seus aumentos agressivos da taxa básica de juros (mas vai continuar subindo, só que não tanto) , permitindo que o custo do crédito continue a ser elevado para controlar a inflação, mas de maneira gradual para limitar riscos ao crescimento econômico. O Fed foi mais explícito ao citar que o relaxamento das condições financeiras não teria fundamento, e que nenhum participante acredita que em 2023 haverá cortes de juros. Os membros consideram que um regime de taxas mais altas por um período mais longo manteria o crescimento econômico sob controle e reduziria a inflação, que permanece "inaceitavelmente alta". Os dados mais recentes que apontam para um mercado de trabalho ainda apertado, que ameaça alimentar ainda mais o crescimento dos salários e a inflação, delinearam a necessidade de o Fed continuar apertando a política monetária.
Ontem o mercado de câmbio operou com o dólar bem forte no período da manhã, a divisa norte americana chegou a ser cotada a R$ 5, 4779 mas trocou de sinal várias vezes e chegou na mínima do dia a R$ 5,4249. No fechamento do dia ficou praticamente estável e fechou cotado a R$ 5,4513. Pelo jeito, boa parte desse movimento refletiu ajustes de posições, depois de o dólar ter saltado quase 3,3% nos dois primeiros dias úteis da presidência de Luiz Inácio Lula da Silva.
A declaração do ministro da Casa Civil, Rui Costa, de que não há nenhuma proposta sendo pensada nesse momento para revisão de reformas, incluindo a previdenciária deu uma acalmada no mercado. Também contribuiu para reverter a alta do dia a declaração do senador Jean Paul Prates (PT-RN), indicado pelo novo governo para o comandar a Petrobras (BVMF:PETR4), de que não haverá intervenção nos preços dos combustíveis.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou para esta sexta-feira, 6, às 9h30, a primeira reunião ministerial de seu governo. O objetivo será alinhar o discurso com seus auxiliares diretos após ruídos causados por falas divergentes. Na verdade, os ministros só poderão fazer anúncios após aval do Planalto. Ou seja, quem manda mesmo é ele.
Calendário para hoje no Brasil teremos IPC da FIPE de dezembro e produção industrial de novembro. Nos EUA veremos ADP (variação de empregos privado) de dezembro, pedidos iniciais por seguro desemprego e PMI de dezembro. Na Europa sairá antes da abertura do mercado conheceremos o PMI da construção de dezembro e IPP de novembro.
Boa sorte, pessoal que acompanha o mercado aqui. Que consigam acertar o momento de realizar lucros!