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Calmaria nos Títulos Públicos Antes das Reuniões dos Bancos Centrais Mundiais

Publicado 08.06.2021, 09:22
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Publicado originalmente em inglês em 08/06/2021

Os títulos governamentais parecem ter entrado em clima de verão nos EUA, Europa e Japão, já que seus rendimentos seguem presos a uma estreita consolidação.

O que pode acabar com a letargia do mercado é a reunião do conselho dirigente do Banco Central Europeu nesta semana e do Comitê Federal de Mercado Aberto na semana seguinte, mas os formuladores da política monetária querem evitar qualquer distúrbio.

O BCE terá o desafio de transparecer flexibilidade suficiente para manter a acomodação monetária, sem deixar de alertar para os perigos da inflação. O conselho revisará o ritmo das suas compras de títulos no âmbito do programa emergencial da pandemia, mas ainda não se sabe se irá alterar algum posicionamento.

A Alemanha está vivendo uma turbulência política incomum. O partido ambientalista Greens disparou nas pesquisas após nomear Annalena Baerbock, de 40 anos, como candidata a chanceler, mas o entusiasmo caiu um pouco depois de alguns tropeços dela e do seu partido.

As vitórias conquistadas pelo partido democrata cristão da chanceler Angela Merkel em uma eleição estadual no domingo estão mudando a relação de forçar a favor de Armin Laschet, seu candidato a chanceler, que parece insosso e ultrapassado perto de Baerbock, mas lidera o estado mais populoso do país e seu maior partido político.

O rendimento do título de 10 anos da Alemanha, que ultrapassou a cotação de -1% em maio agora está perto de -2%, enquanto o país se apoia na política mais tradicional.

O Federal Reserve saiu da difícil situação de ter que tratar de uma redução da compra de ativos após os dados do mercado de trabalho americano terem vindo abaixo das expectativas, diminuindo as preocupações dos investidores com um possível aperto precoce do banco central dos EUA.

O rendimento da nota referencial de 10 anos do tesouro americano ficou praticamente estável na segunda-feira a 1,57%, após cair vários pontos-base com o relatório de empregos na sexta-feira.

Nem mesmo a afirmação da secretária do Tesouro, Janet Yellen, no fim de semana de que juros maiores por causa da alta da inflação seriam um “plus” para economia conseguiu arrefecer o otimismo dos investidores.

Afinal, ela estava defendendo o ambicioso programa de gastos trilionários do presidente Joseph Biden, que pode acabar sendo um sonho impossível devido ao crescimento da oposição dentro do próprio partido democrata.

O senador democrata Joe Manchin evitou demonstrar qualquer pressa ao dizer, no fim de semana, que não apoiaria uma lei obrigando a expansão do acesso de eleitores para não dividir ainda mais o país por causa de uma pauta estritamente partidária.

Com 50 senadores republicanos unidos na oposição, os democratas precisam de cada um dos seus 50 votos para que a vice-presidente Kamala Harris desempate a questão.

Manchin também reiterou sua oposição à diluição da obstrução no senado, que requer a participação de 10 republicanos e todos os democratas para que a legislação avance. Se a obstrução continuar, os democratas não devem conseguir colocar em prática toda a agenda de Biden.

O índice de preços ao consumidor previsto para esta semana pode desapontar os investidores, mas precisa ficar muito acima da previsão de 4,7% ano a ano para afetar o mercado.

O mercado de títulos governamentais do Japão entrou num impasse. A maioria dos títulos sequer está sendo negociada por falta de dados que movimentem o mercado, e o rígido controle do Banco do Japão sobre a curva de rendimento conteve qualquer possibilidade de avanço maior.

A inflação japonesa, ao contrário do que se vê na Europa e Estados Unidos, está caindo diante da lentidão da vacinação e da disparada das infecções por Covid-19.

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