Em meio à preocupação com o equilíbrio entre oferta e demanda mundiais e sustentados por indicadores técnicos positivos, os futuros do café acumularam nova valorização nesta semana.
No Brasil, o dólar comercial foi cotado ontem a R$ 3,236 com alta de 2,4% em relação ao fechamento da semana anterior. O movimento do câmbio acompanhou o cenário externo e foi influenciado pelas especulações relativas à eleição presidencial norte-americana, que acontecerá no dia 8 de novembro. Apesar da depreciação dos últimos dias, no ano, o real acumula valorização em relação à divisa dos Estados Unidos, o que é favorável à sustentação das cotações internacionais do café.
Em relação ao desenvolvimento da safra 2017/18 do Brasil, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informou que, apesar da expectativa de menor produção na maioria das regiões cafeicultoras, devido à bienalidade negativa, a segunda floração verificada nos cafezais de arábica no início de outubro foi beneficiada pelas condições climáticas, de chuvas alternadas com sol.
Já o desenvolvimento das floradas do conilon tem sido prejudicado pela seca no Espírito Santo, havendo expectativa de que as chuvas previstas para os próximos dias auxiliem no pegamento dessas flores. Em Rondônia, por sua vez, precipitações ocorreram desde o início de outubro favorecendo a fixação da florada.
Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,6565 por libra-peso, com alta de 15 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento novembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 2.223 por tonelada, com valorização de US$ 35 em relação à última sexta-feira.
No mercado físico nacional, os preços da saca de café também apresentaram tendência positiva, frente ao cenário de aperto de oferta. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 547,52/saca e a R$ 540,06/saca – novo recorde na série histórica do robusta –, respectivamente, com variações de 1,3% e 1% na comparação com o fechamento da semana anterior.