Em semana mais curta devido ao feriado de Martin Luther King nos Estados Unidos, os contratos futuros do café arábica registraram leves ganhos, sustentados pelo aperto na oferta, em especial do robusta, pelo enfraquecimento do dólar e pela atuação dos fundos de investimento. Na ICE Futures Europe, os vencimentos futuros do conilon registraram ganhos mais expressivos, puxados exatamente pela escassez do produto no cenário atual.
Na terça-feira, a Conab mencionou, em levantamento de safra para o Brasil, que, no Espírito Santo, maior produtor nacional de robusta, persistem os problemas provocados pela falta de chuvas. Segundo a estatal, “com o baixo índice pluviométrico nos últimos três anos, houve diminuição da área em produção por causa do esgotamento das barragens, rios e córregos e a proibição do uso da irrigação, resultando em estresse severo das plantas, que, em quantidade anormal, foram recepadas ou arrancadas".
Entre a sexta-feira passada e o fechamento de ontem, o dólar comercial recuou 0,66% ante o real, em uma semana marcada pela expectativa em torno da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e pelo aumento da oferta de swap tradicional (equivalente à venda futura de dólares) para 15 mil contratos por parte do Banco Central do Brasil, que sinaliza, assim, que pretende rolar o estoque total com vencimento em fevereiro, correspondendo a US$ 6,431 bilhões.
Os investidores mantêm uma preocupação generalizada sobre a possibilidade da política econômica a ser adotada por Trump elevar a inflação e impulsionar o aumento das taxas de juros por parte do FED (Banco Central dos EUA). Isso porque os juros norte-americanos mais altos podem fazer com que recursos aplicados em outras nações retornem aos Estados Unidos, gerando uma tendência de alta do dólar nos outros países.
Na ICE Futures US, o vencimento março do contrato “C” encerrou o pregão de ontem a US$ 1,5075 por libra-peso, registrando valorização de 145 pontos em relação ao desempenho da sexta-feira passada. Na ICE Futures Europe, o contrato com vencimento em março acumulou ganhos de US$ 59 na semana, sendo cotado a US$ 2.261 por tonelada.
O mercado brasileiro acompanhou o movimento internacional e, em meio a dúvidas sobre o tamanho da safra 2017 nacional e à baixa liquidez, apresentou altas moderadas. Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 521,97/saca e a R$ 507,04/saca, respectivamente, com variações de 1,05% e 0,5% na comparação com o fechamento da semana anterior.