Os contratos futuros do café tramitavam dentro de intervalo recente até a quinta-feira no mercado internacional, sem novidades no lado dos fundamentos e com os players atentos ao desenvolvimento da colheita e à aproximação do inverno no Brasil, o maior produtor mundial.
Entretanto, após a divulgação, na noite de quarta-feira, do conteúdo da delação do empresário Joesley Batista, que preside a holding J&F, controladora da JBS (SA:JBSS3), que gerou forte crise política no Brasil, o dólar passou a se fortalecer intensamente sobre o real, estimulando as exportações e pressionando as cotações. Somente ontem, a divisa norte-americana disparou mais de 8% em relação ao real, encerrando o pregão a R$ 3,389. No acumulado da semana, a valorização foi de 8,5%.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento julho do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,2965 por libra-peso, com queda de 530 pontos frente ao fechamento da semana passada. O vencimento julho do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, foi cotado a US$ 1.984 por tonelada, acumulando perdas semanais de US$ 10.
Conforme a Somar Meteorologia, a colheita de café arábica, no Brasil, ainda está em seu início, com lentidão devido às chuvas que atrapalharam a entrada de máquinas nos cafezais nas principais regiões do cinturão produtor nos últimos dias, além do fato de a maioria das áreas ainda estar em fase de maturação ou com grãos verdes. Já a cata de conilon vem em ritmo normal, puxada pelos trabalhos em Rondônia.
No mercado interno, em meio às incertezas políticas, há falta generalizada de negócios. Assim, houve pouca oscilação nos preços, com os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon sendo cotados, ontem, a R$ 458,21/saca e a R$ 409,14/saca, respectivamente, ambos com variações positivas de 0,5% em relação ao fechamento da sexta-feira anterior.