As cotações domésticas do café arábica seguiram em forte queda nos últimos dias, acompanhando os valores externos da variedade – no front externo, os preços têm sido influenciados pelo movimento dos fundos de investimentos, que seguem mudando suas posições em café para outros produtos mais rentáveis no curto prazo por conta do conflito Rússia-Ucrânia. Além disso, a guerra vem trazendo mais preocupações quanto à logística e à demanda mundiais. Com isso, a maior parte dos vendedores brasileiros está afastada do spot nacional, travando o mercado. Nessa terça-feira, 15, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, fechou a R$ 1.262,07/sc, expressiva baixa de 81,99 Reais/sc (-6,1%) frente ao da terça anterior, 8. Para o robusta, as cotações domésticas iniciaram a semana passada em baixa, também refletindo a queda externa. Na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), os futuros vêm sendo influenciados pela guerra. Entretanto, ao longo da semana, os valores internacionais tiveram leve recuperação, devido à interrupção dos embarques do Vietnã (o maior produtor de robusta) para a Rússia, por conta de problemas de pagamento e de logística relacionados ao conflito com a Ucrânia. Com a valorização externa do robusta e a retração vendedora, os preços domésticos voltaram a subir no fim da semana. Produtores brasileiros seguem vendendo apenas pequenos lotes no mercado, no aguardo de novos avanços dos preços. Nessa terça-feira, 15, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima (a retirar no Espírito Santo) fechou a R$ 758,40/sc, aumento de 1,1% frente à terça anterior. Colaboradores do Cepea acreditam que a liquidez pode aumentar com a aproximação da colheita – prevista para abril nas regiões de robusta –, para o pagamento dos custeios.
ARROZ: INDICADOR SOBE E RETORNA À CASA DOS R$ 75/SACA
O Indicador do arroz em casca CEPEA/IRGA-RS, 58% grãos inteiros (média ponderada e pagamento à vista) voltou a superar a casa dos R$ 75,00/saca de 50 kg. Segundo colaboradores do Cepea, os preços seguem firmes, mesmo registrando aumentos de menor intensidade nos últimos dias, resultado da redução da oferta de arroz no Brasil, de modo geral. No início da temporada, estimativas apontavam as produções do RS e brasileira próximas das observadas em 2021, mas agora dados indicam que a oferta do estado gaúcho deve ser 13,6% inferior à do ano passado, e a nacional, 12,1% menor. Nesse ambiente e com a nova alta dos preços dos combustíveis, as negociações de arroz em casca estiveram mais restritas na última semana em relação a períodos anteriores. Segundo colaboradores do Cepea, agentes seguem à espera do recebimento dos lotes já adquiridos, avaliando a necessidade de renegociação de fretes. Além disso, a “queda de braço” entre vendedores e compradores quanto ao preço de comercialização também limitou os negócios. Entre 8 e 15 de março, o Indicador do arroz em casca CEPEA/IRGA-RS, 58% grãos inteiros (média ponderada e pagamento à vista) subiu 0,37%, fechando a R$ 75,13/sc de 50 kg nessa terça-feira, 15.
ALGODÃO: COM VENDEDOR FIRME, PREÇOS SEGUEM EM ALTA
A disputa entre vendedores e compradores está acirrada no spot nacional, o que tem resultado em pequenas oscilações nos preços do algodão em pluma – ao longo da última semana, o Indicador CEPEA/ESALQ operou entre R$ 6,95 e R$ 7,02/libra-peso. No entanto, segundo colaboradores do Cepea, a posição firme de vendedores tem prevalecido e sustentado os valores. Atentos às valorizações do petróleo, esses agentes pedem preços maiores pela matéria-prima, mas demandantes, de olho nas incertezas relacionadas ao crescimento econômico, reduzem os valores das ofertas de compra. Assim, poucos são os compradores ativos no spot, até porque algumas indústrias relatam ter estoque elevado de manufaturado, já postergando o recebimento da matéria-prima contratada. Segundo colaboradores do Cepea, também houve sinalização de casos de fiações que reduziram a produção. Esse cenário e o forte aumento dos valores de frete têm limitado novas efetivações. Entre 8 e 15 de março, o Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma subiu 0,4%, fechando a R$ 6,9860/lp nessa terça-feira, 15. Na parcial de março, a alta é de 1,45%.