Os contratos futuros do café encerram maio em território negativo, pressionados pelo clima favorável ao desenvolvimento da colheita no Brasil, pelo posicionamento comprado dos fundos de investimentos e pela ausência de fundamentos positivos.
Na Bolsa de NY, o vencimento jul/20 fechou, ontem, a US$ 0,9910 por libra-peso, com perdas de 450 pontos na semana e queda mensal acumulada de 6,8%. Na ICE Europe, o vencimento jul/20 do café robusta caiu US$ 30 na semana e 1,4% no mês, negociado a US$ 1.177 por tonelada.
Até a quarta-feira (27), o dólar comercial registrou seis baixas consecutivas, puxado pelo ambiente externo melhor devido às reaberturas das economias e, no Brasil, em função da amenização de discussões sobre o impeachment do presidente e de a Petrobras (SA:PETR4) ter feito captação de US$ 3,2 bilhões, com forte demanda.
Ontem, a moeda recuperou parte das perdas com a notícia de que o presidente dos EUA, Donald Trump, fará coletiva, hoje, para falar sobre as tensões com a China e, internamente, com o embate entre Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF). A divisa fechou a R$ 5,386, recuando 3,4% na semana. No mês, a queda é de 1%.
Em relação ao clima, a semana começou com frio intenso no Sudeste, mas sem a ocorrência de geadas nos cafezais. O tempo passou a melhorar e, conforme a Somar Meteorologia, nesse fim de semana ficará firme na Região, favorecendo o andamento dos trabalhos de colheita do café. Com uma massa de ar seco inibindo a formação de instabilidades, o frio seguirá perdendo força e as temperaturas subindo.
No mercado físico, as cotações foram pressionadas pelo desempenho externo e recuaram. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os produtores seguem concentrados na colheita, mas já há registro de entrada de alguns lotes da nova safra. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 535,77/saca e R$ 345,85/saca, com desvalorizações de 5,8% e 3%, respectivamente.