Pesquisadores do Cepea afirmam que o tempo mais firme tem favorecido a colheita de café arábica da safra 2018/19 no Brasil – boa parte dos produtores já realiza as varrições finais. Até a semana passada, restavam cerca de 10% do total da variedade a ser colhido no Cerrado e no Sul Mineiros. Na Mogiana (SP), os trabalhos estão próximos dos 85% da área e, na Zona da Mata, de 80 a 90%. Em Garça (SP), agentes consultados pelo Cepea apontam que a colheita foi praticamente finalizada no final de agosto. Quanto ao robusta, as floradas da temporada 2019/20 já são observadas em quase 80% das lavouras do Espírito Santo, favorecidas pelas chuvas registradas em agosto.
ARROZ: PREÇO SOBE 4% EM AGOSTO E SEGUE FIRME NESTE MÊS
Em agosto (de 31 de julho a 31 de agosto), o Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS, 58% de grãos inteiros, registrou elevação de 3,94%, fechando a R$ 45,07/sc de 50 kg no dia 31. Nos últimos sete dias, especificamente, o Indicador subiu 0,76%, fechando a R$ 45,11/sc de 50 kg nessa terça-feira. Vale lembrar que o movimento de alta perdeu força em agosto – em junho, o aumento havia sido de fortes 8,3% em junho e de 6,6% em julho. Segundo informações do Cepea, indústrias aumentaram as ofertas para efetivar novos lotes de forma cautelosa ao longo de agosto, devido à dificuldade de repasse das altas do casca para o fardo de beneficiado. Do lado vendedor, apenas orizicultores com necessidade de “fazer caixa” estiveram presentes no mercado, a fim de cumprir com os pagamentos de safra. Outros estiveram recuados, na expectativa de preços mais elevados nas próximas semanas.
ALGODÃO: INDICADOR RECUA MAIS DE 4% EM AGOSTO
O avanço da colheita e a maior flexibilidade de produtores em grande parte de agosto pressionaram as cotações do algodão em pluma, segundo dados do Cepea. De 31 de julho a 31 de agosto, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, recuou 4,23%. Nos últimos sete dias (de 28 de agosto a 4 de setembro), porém, a postura um pouco mais retraída de vendedores elevou as cotações em ligeiro 0,41%. No campo, dados do Imea (Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária) indicam que, até 31 de agosto, a colheita da safra 2017/18 em Mato Grosso estava em 90,49% da área, avanço de 14,35 p.p. frente ao dia 24 (76,14%) e acima do mesmo período do ano passado (84,26%) e da média dos últimos cinco anos (86,15%).
BANANA: MENOR OFERTA ELEVA PREÇO DA NANICA
O volume de banana nanica no Vale do Ribeira (SP) e no Norte de Santa Catarina diminuiu consideravelmente na última semana de agosto. Assim, na região catarinense, o preço da nanica teve a elevação mais significativa dentre as regiões acompanhadas pelo Hortifruti/Cepea de uma semana para a outra, de 27%, com média de R$ 0,45/kg. No Vale (SA:VALE3) paulista, a variedade foi negociada a R$ 0,90/kg, 13% maior que na semana anterior. Apesar da alta, a qualidade dos frutos não tem sido a ideal: a coloração da banana colhida nesta época apresenta os efeitos do frio na casca, tornando-a mais escura.