Os contratos futuros do café, nesta semana mais curta em função do feriado de amanhã (Sexta-Feira da Paixão), andaram de lado e pouco oscilaram nos mercados internacionais. Na Bolsa de Nova York, o vencimento maio/20 subiu 45 pontos, encerrando a sessão de ontem a US$ 1,1980 por libra-peso. Na ICE Europe, o vencimento maio/20 do café robusta fechou a US$ 1.200 por tonelada, recuando US$ 9.
Segundo analistas, o mercado vem rolando posições para fora do contrato maio/20 em NY, à medida que espera pelo avanço dos trabalhos de colheita no Brasil, onde o clima segue favorável. A Somar Meteorologia informa que uma massa de ar seco ganha mais força, amanhã, sobre parte do Sudeste do Brasil e o sol retorna no sul de Minas Gerais. Ocorrerão chuvas nas faixas norte mineira e do Espírito Santo, únicas localidades da Região onde o sol ainda não aparecerá no dia.
Apesar do atual clima favorável, é necessário, no futuro próximo, que o tempo permaneça seco, especialmente em maio e junho, quando se intensifica a colheita, para que a qualidade dos cafés da safra 2020 não seja prejudicada. Com a aproximação do inverno, outro fator climático a ser monitorado é o ingresso de massa de ar polar pela Região Sul, o que elevaria o risco de geadas nos cafezais.
O dólar comercial registrou três quedas consecutivas nesta semana e tocou em seu menor patamar desde 27 de março, a R$ 5,10. Corretores apontam que o movimento ocorreu em função do maior apetite por ativos de risco por parte de investidores. Ontem, a moeda norte-americana fechou a R$ 5,1432, com desvalorização semanal de R$ 3,4%.
No mercado físico, as cotações seguiram com certa firmeza, refletindo a demanda aquecida e as preocupações com a oferta, segundo comunica o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
"Mesmo com o fechamento de cafeterias e restaurantes, a demanda por café segue firme na maior parte dos países consumidores (inclusive no Brasil), devido à estocagem de produtos e ao fato de que as pessoas passaram a consumir mais café dentro dos próprios lares. Esse cenário, por sua vez, tem estimulado compradores a adiantar seus pedidos, aumentando a demanda nos portos", explica a entidade.
Do lado da oferta, continua o Cepea, "além das preocupações com possíveis complicações logísticas – especialmente com a redução do número de contêineres disponíveis para a exportação do grão –, a baixa disponibilidade do produto nos países produtores (devido ao período de entressafra) tem levado ao consumo dos estoques de passagem nos tipicamente consumidores".
Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 588,51/saca e R$ R$ 333,73/saca, apresentando variações, respectivamente, de 1,2% e -0,2%.