O mercado internacional de café viveu uma semana de pressão sobre as cotações, à medida que a disparada do dólar contribuiu para a baixa. Ontem, a divisa norte-americana ganhou força na comparação com as moedas de países emergentes, principalmente frente ao real, e os investidores se afastaram de ativos de risco, recorrendo à segurança de títulos da dívida dos Estados Unidos.
Internamente, notou-se uma queda generalizada nas ações de empresas brasileiras, com investidores liquidando posições, o que elevou o dólar a quase R$ 4,00. O Banco Central realizou intervenções injetando recursos, mas sem muito êxito. No fechamento de ontem, a moeda foi cotada a R$ 3,9258, acumulando ganhos de 4,2% sobre o real na semana.
A colheita no Brasil começa a encorpar, mas o cenário de escoamento é nebuloso devido à conjuntura logística no País. O setor produtivo nacional e os caminhoneiros estão analisando valores para o frete, porém ainda não há consenso, o que não afasta a possibilidade de uma nova greve dos motoristas.
Em relação ao clima, uma frente fria avança para o Espírito Santo e a chuva diminui consideravelmente na Região Sudeste, limitando-se a Rio de Janeiro, Espírito Santo e leste de Minas Gerais, mas com fraca intensidade, segundo a Somar Meteorologia.
Para as demais regiões produtoras, o serviço meteorológico informa que o sol predominará. Contudo, no domingo, a Somar aponta o retorno de fortes precipitações em São Paulo devido a áreas de instabilidade, as quais darão origem a uma frente fria que chega ao Sudeste na segunda-feira, dia 11.
Na Bolsa de Nova York, o contrato futuro do café arábica com vencimento em julho/18 acumulou perdas de 705 pontos, negociado a US$ 1,1570 por libra-peso. Na ICE Futures Europe, o vencimento julho/18 do conilon encerrou a sessão de quinta-feira a US$ 1.733 por tonelada, com declínio de US$ 17 frente ao fechamento da semana passada.
Ontem, conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços dos cafés arábica e robusta se valorizaram no Brasil, puxados pela força do dólar. Por outro lado, a queda internacional gerou incertezas, o que mantém a maioria dos agentes afastados do mercado.
Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon foram cotados, na quinta-feira, a R$ 465,92/saca e a R$ 342,21/saca, com valorizações de 1,4% e 1,8%, respectivamente, na comparação com o fechamento da semana antecedente.