Os contratos futuros do registraram alta nesta semana, impulsionados, principalmente, pelo clima mais frio no cinturão cafeeiro do Brasil, o maior produtor mundial. A ocorrência de chuvas atípicas e a possibilidade de geadas são fatores que podem influenciar volume e qualidade da safra atual.
Uma frente fria se alojou entre São Paulo e Paraná, ocasionando fortes ventos e a ocorrência de precipitações, mas sem volumes acumulados significativos. Nesta sexta, a frente vai embora e o tempo deve voltar a ficar estável em grande parte do Sudeste. Porém, ainda há muita nebulosidade e formação de nevoeiro na faixa leste da Região.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento setembro/19 do contrato "C" encerrou o pregão desta sexta-feira a US$ 109,45 por libra-peso, acumulando expressivos ganhos de 880 pontos na semana. Na ICE Futures Europe, o vencimento setembro/19 do café subiu US$ 37, fechando a sessão de hoje a US$ 1.451 por tonelada.
Segundo o superintendente Comercial da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Lúcio Dias, o produtor precisa se atentar às operações no mercado futuro, haja vista que travar negócios com as cotações para os anos seguintes já cobrem os custos e geram renda.
"Os produtores precisam vender nas altas, quando o mercado quer comprar, como agora. Precisamos chamar os cafeicultores a aproveitarem esse cenário, pois, quando vendem futuro a bom preço, acima do custo, eles se fortalecem e não se veem obrigados a comercializar na baixa", analisa.
No câmbio, o comercial encerrou a quinta-feira a R$ 3,833, registrando ascensão de 0,2% na comparação com a sexta-feira passada. O movimento foi puxado por demanda de empresas e investidores estrangeiros para remessas de lucros e dividendos ao exterior antes do fechamento do segundo trimestre e do primeiro semestre de 2019.
No Brasil, as cotações acompanharam o desempenho internacional e acumularam valorizações na semana encerrada ontem. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e robusta foram cotados a R$ 428,69/saca e a R$ 288,90/saca, com ganhos, respectivamente, de 6,6% e 0,9%.
De acordo com agentes consultados pelo Cepea, no que se refere às vendas, os preços mais atrativos do arábica possibilitaram o fechamento de negócios no spot desde a sexta-feira da semana passada (21). Negócios com o café robusta também foram observados, mas em menor escala.
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