O mercado internacional do café viveu uma semana de avanço, recebendo suporte do recuo do dólar, e rompeu a resistência de US$ 0,9225 por libra-peso na ICE Futures US, o que motivou uma pequena cobertura de posições vendidas. Por outro lado, analistas entendem que o mercado precisa dar sequência aos ganhos para sinalizar uma melhora técnica.
O Rabobank, banco de investimentos holandês, divulgou relatório acreditando que as cotações do café devem apresentar uma modesta recuperação, após uma sequência de quedas que conduziu os preços do robusta para mínimas em nove anos e do arábica para os patamares mais baixos em 14 anos.
Segundo a instituição, os investidores estão exagerando no pessimismo quanto aos preços e devem começar a reduzir suas posições vendidas. Além disso, o banco analisa que a possibilidade de riscos climáticos (geada e chuva na colheita) e o aumento do consumo tendem a gerar impulso.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento julho/19 do contrato "C" encerrou o pregão de ontem a US$ 0,958 por libra-peso, acumulando ganhos de 590 pontos na semana. Na ICE Futures Europe, o vencimento julho/19 do café robusta subiu US$ 68 no período, sendo negociado a US$ 1.369 por tonelada.
O dólar comercial encerrou os negócios de quinta-feira a R$ 4,0402, com desvalorização de 1,5% no agregado da semana. A divisa dos Estados Unidos recuou com o sentimento de que a pauta do governo brasileiro começa a caminhar no Congresso Nacional. Na quarta-feira, por exemplo, Câmara e Senado aprovaram a Medida Provisória 863, que liberou 100% do setor aéreo ao capital estrangeiro.
No mercado físico, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informa que o avanço dos preços externos elevou as cotações internas do arábica e do robusta, cenário que, "aliado à necessidade de produtores consultados pelo Cepea em fazer caixa para realização da colheita, fez com que negócios pontuais ocorressem no spot e para entrega futura".
Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e robusta foram cotados, ontem, a R$ 391,64/saca e a R$ 284,88/saca, registrando valorizações de 1,9% e 4,7%, respectivamente.