No último dia 27 de março, o Indicador CEPEA/ESALQ do café robusta tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 955,19/saca de 60 kg, o maior valor da série histórica do Cepea para a variedade, iniciada em novembro de 2001, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de fevereiro/24). No acumulado de março, a valorização foi de expressivos 13,3% ou 111,67 Reais/sc. A média mensal do Indicador foi de R$ 892,73/sc, 6% superior à de fevereiro, expressivos 38,1% acima da de março/23, e também um recorde. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso vem sobretudo da maior demanda internacional pela variedade brasileira. Compradores externos têm se deslocado ao Brasil, diante de problemas relacionados à safra do Vietnã, que é o maior produtor de robusta do mundo – em dezembro/23, o USDA indicou que a produção do país asiático poderia cair 12% frente aos dados divulgados em junho do mesmo ano.
ARROZ: APÓS RECUAR POR 10 SEMANAS CONSECUTIVAS, INDICADOR REAGE
A média ponderada do arroz em casca no Rio Grande do Sul, representada pelo Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista), interrompeu o movimento de queda que vinha sendo observado há dez semanas seguidas, encerrando a última firme na casa dos R$ 99/saca de 50 kg. Segundo pesquisadores do Cepea, o suporte veio da diminuição da oferta de matéria-prima, em um cenário de demanda relativamente maior. De modo geral, os negócios seguem pontuais. Do lado produtor, alguns reportam não ter lavouras disponíveis, devido a adversidades climáticas. O interesse de tradings no porto de Rio Grande (RS), por sua vez, vem se aquecendo, favorecido pela valorização do dólar. Entretanto, as negociações realizadas no spot ou via contratos a termo para exportação também ficaram restritas, limitadas pela disparidade de preços e prazos de pagamento oferecidos por agentes dos mercados interno e externo, conforme indicam pesquisadores do Cepea.
ALGODÃO: MÉDIA DE MARÇO É A MAIOR EM QUASE UM ANO
Apesar de acumular queda de 6,3% em março, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registrou média mensal de R$ 4,2132/lp, a maior desde abril/23 (R$ 4,2170/lp), em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de fev/24). Em relação à média de fevereiro/24, o Indicador subiu 1,61%, mas, frente à de março/23, caiu 10,5%. Segundo pesquisadores do Cepea, a dificuldade em acordar preço e/ou qualidade dos lotes limitou as negociações da pluma ao longo de março. Já quanto à safra 2023/24, com expectativa de recordes na produção, na exportação e nos estoques finais, agentes aproveitaram para realizar contratos a termo, tanto para o mercado interno como externo.
CITROS: COMEÇA COLHEITA DE PONCÃ, MAS OFERTA AINDA RESTRITA MANTÉM PREÇO EM ALTA
A colheita de tangerina poncã no estado de São Paulo teve início em março, mas o volume disponibilizado ainda é bastante limitado. Segundo pesquisadores do Cepea, a expectativa é que a oferta aumente consideravelmente a partir de abril, quando mais frutas devem atingir o estágio ideal de maturação. Por enquanto, a escassez de poncã no mercado vem mantendo os valores em patamares atrativos aos produtores. A média da última semana (de 25 a 28 de março) foi de R$ 95,53/caixa de 27 kg, na árvore, aumento de 36,4%, em termos nominais, em relação à de período equivalente de 2023. A previsão é que a temporada se estenda até meados de agosto, com o volume colhido devendo ser semelhante ao da safra passada, segundo colaboradores do Cepea.