Segundo levantamento do Cepea, o ritmo de negócios envolvendo os cafés arábica e robusta segue lento no Brasil, cenário que vem sendo verificado desde a segunda quinzena de maio, quando ocorreu a greve dos caminhoneiros. Nos últimos dias, especificamente, foram a forte oscilação do dólar e as incertezas relacionadas ao mercado externo que afastaram agentes do mercado de café. Além desse quadro, agentes consultados pelo Cepea observaram que o tabelamento dos fretes no País também vem atrapalhando as negociações e as entregas de café, especialmente nas regiões produtoras mais distantes, como Noroeste do Paraná e Rondônia. Nessa terça-feira, 12, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica, tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 455,19/saca de 60 kg, queda de 0,8% em relação ao dia 5. Quanto ao robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6 peneira 13 acima fechou a R$ 335,42/saca de 60 kg nessa terça, queda de 0,9% em relação à terça anterior.
ARROZ: PRODUTORES SE RETRAEM E VENDEDORES AUMENTAM AS OFERTAS PARA NOVAS COMPRAS
A saca de arroz em casca no Rio Grande do Sul se valorizou pela quinta semana consecutiva, de acordo com pesquisas do Cepea. Beneficiadoras estiveram presentes no mercado spot para novas aquisições, dando preferência ao arroz depositado em seus armazéns. Entretanto, para repor os estoques, indústrias consultadas pelo Cepea ofertaram valores maiores aos observados no final de maio, devido à resistência de produtores. Do lado vendedor, apenas orizicultores com necessidade de cumprir com compromissos de safra e/ou bancários estiveram ativos no mercado. Já outros se retraíram após “fazer caixa” com a venda de soja ou mesmo de arroz para exportação. Com a boa movimentação na comercialização de arroz em casca, de 5 a 12 de junho, o Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, subiu 1,36%, fechando a R$ 38,61/saca de 50 kg, no dia 12.
BATATA: APÓS GREVE DOS CAMINHONEIROS, PREÇOS REGISTRAM FORTE QUEDA
Os preços da batata padrão ágata especial recuaram expressivamente nos principais centros de distribuição do País entre 4 e 8 de junho. No atacado do estado de São Paulo, as cotações registraram média de R$ 83,55/sc de 50 kg, queda de 70,55% frente à semana anterior e no de Belo Horizonte (MG), baixa de 65,31%, com média de R$ 75,89/sc. Esse cenário se deve à oferta restrita durante a greve dos caminhoneiros no final de maio. O mercado em todo o País começou a se normalizar a partir do dia 4 de junho, com os produtos chegando aos atacados principalmente do Sul e do Cerrado Mineiro. Nas roças, a oferta esteve mais restrita em Guarapuava (PR), devido às chuvas, e em Água Doce (SC), por se aproximar do fim da safra das águas.
ALGODÃO: MOVIMENTO DE ALTA NOS PREÇOS SE ENFRAQUECE
Os preços do algodão em pluma seguem em alta, mas em menor intensidade. Isso porque, mesmo com a baixa oferta das safras 2016/17 e 2017/18 no spot, parte das indústrias está fora do mercado, na expectativa de que o avanço da colheita eleve a disponibilidade interna e também o ritmo das entregas de contratos. Na parcial deste mês (de 30 de maio a 12 de junho), o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu 1,0%, fechando a R$ 3,7872 /lp, nessa terça-feira, 12. Do lado vendedor, agentes consultados pelo Cepea estão atentos à colheita, que foi iniciada lentamente na Bahia, enquanto em São Paulo as atividades já chegam a 70% da área, segundo a Conab. Quanto ao comprador, indústrias consultadas pelo Cepea alegam dificuldades no repasse das altas na matéria-prima aos derivados e fraco desempenho desse mercado.