O ritmo de negócios envolvendo o café arábica cresceu um pouco no encerramento de maio. Segundo colaboradores do Cepea, esse cenário esteve atrelado ao aquecimento na procura de agentes de indústrias por cafés mais finos. E o volume comercializado no spot nacional ainda foi limitado pelos atuais patamares de preços, considerados não muito atrativos por produtores. Vale lembrar que o arábica chegou a ser negociado próximo de R$ 1.500/saca de 60 kg no primeiro semestre do ano passado, o que fez com que muitos se capitalizassem naquele período. Em maio, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura, registrou média de R$ 1.039,88/saca, contra R$ 1.220,00/sc em maio do ano passado, em termos reais (deflacionado pelo IGP-DI).
O grão de qualidade inferior também vem sendo negociado em patamares inferiores aos registrados no ano passado. O arábica rio foi comercializado à média de R$ 920/saca em maio, contra R$ 1.080,00/saca em maio do ano passado, em termos reais. Inclusive, o preço dos cafés “fine cup” esteve similar ao que foi verificado para a “bebida rio” no mesmo período de 2022. No dia 31 de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, fechou a R$ 991,05/saca de 60 kg, forte baixa de 8,06% no acumulado do mês. Ressalta-se que o Indicador não fechava abaixo dos R$ 1.000/sc desde 8 de janeiro deste ano. Já quanto ao robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, encerrou o mês a R$ 700,64/saca de 60 kg, avanço de 4,87% no acumulado de maio.
CAMPO – Todas as regiões já iniciaram a colheita de café da safra 2023/24. De acordo com colaboradores do Cepea, as expectativas quanto à produção são boas, e a maior parte dos agentes espera uma recuperação nesta temporada frente à anterior, com exceção do Espírito Santo, onde a colheita de robusta pode ser menor. Na última quinzena de maio, especificamente, a queda da temperatura deixou a colheita um pouco mais lenta, tendo em vista que este clima atrasa a maturação do grão. No geral, mesmo com os trabalhos em ritmo lento, produtores indicaram que a qualidade de cafés que chegam ao mercado está excelente, sobretudo de arábica. Agentes consultados pelo Cepea seguem relatando dificuldades com mão de obra, mas com menor impacto frente ao relatado na safra anterior. Cafeicultores também estiveram atentos ao clima em maio, já que as previsões climáticas apontam a ação do fenômeno El Niño em junho e julho, o que, por sua vez, pode resultar em geadas nas regiões produtoras.