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Café Retro 2017: Ano é Marcado por Forte Queda nos Preços do Arábica e do Robusta

Publicado 20.01.2018, 06:05
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Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, 2017 foi marcado pelo forte e contínuo recuo nas cotações dos cafés arábica e robusta. Mesmo com menor produção na temporada 2017/18, devido à bienalidade negativa, os valores do arábica foram pressionados pela queda externa, principalmente nos primeiros meses do ano. No segundo semestre, os estoques razoáveis nos países consumidores e a boa expectativa quanto à próxima temporada brasileira (2018/19) influenciaram as baixas nas cotações internas e externas do arábica.

Quanto ao robusta, pesquisadores do Cepea destacam que a procura por parte de torrefadoras para composição de blends esteve aquecida, mas os preços caíram, em decorrência da maior produção interna da variedade e também das perspectivas de maiores ofertas nas temporadas 2018/19 brasileira e 2017/18 do Vietnã.

Diante das fortes quedas nos preços, produtores tanto de arábica quanto de robusta se mantiveram mais retraídos ao longo do ano, diminuindo o ritmo de negócios. Além disso, grande parte dos países compradores de grãos brasileiros registrou estoques confortáveis em 2017, diminuindo as exportações nacionais do café, segundo indicam pesquisadores do Cepea.

ARÁBICA – Os valores caíram significativamente no primeiro semestre, mas esboçaram reação no início do segundo, segundo dados do Cepea. Em julho e agosto, a retração vendedora e preocupações envolvendo a safra 2017/18 elevaram um pouco as cotações. Naquele período, produtores estavam atentos à possibilidade de geada em algumas regiões e muitos grãos apresentavam problemas de peneira e outros danos causados pela broca do cafeeiro. Segundo colaboradores do Cepea, as chuvas mais espaçadas durante a fase de enchimento dos grãos fizeram com que boa parte da safra 2017/18, em especial no Sul de Minas, apresentasse peneira reduzida.

No geral, no correr do segundo semestre, agentes se voltaram ao desenvolvimento da safra 2018/19. As chuvas que ocorreram em agosto auxiliaram a florada em algumas praças acompanhadas pelo Cepea, mas, em setembro, o clima permaneceu seco e quente na maior parte das regiões produtoras, levando ao murchamento e à desfolha de muitos cafezais e afastando a possibilidade de safra recorde em 2018/19. Por outro lado, as precipitações retornaram em outubro, sendo intensificadas em novembro, o que possibilitou boa florada e desenvolvimento satisfatório de chumbinhos. Esse cenário renovou as expectativas de uma boa temporada 2018/19, quadro que acabou pressionando novamente as cotações internas e externas do arábica.

A maior média mensal do Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, foi verificada em janeiro, de R$ 514,23/saca de 60 kg, em termos nominais. Já a menor média mensal, de R$ 445,85, foi verificada em junho – especificamente no dia 22 de junho, o Indicador registrou o patamar diário mais baixo de 2017, de R$ 424,37/sc.

Na parcial da safra 2017/18 (de julho/17 a 28 de dezembro/17), a média do Indicador do arábica está em R$ 451,72/saca, queda de 8,56% em relação ao mesmo período da temporada 2016/17. De dezembro/16 para dezembro/17, especificamente, a queda supera os 10%.

ROBUSTA – O clima mais favorável em 2017 melhorou a produção e a qualidade dos grãos de robusta, tanto no Espírito Santo quanto em Rondônia. O maior volume de chuvas ao longo do ano também aumentou o potencial produtivo da temporada 2018/19, cenário que resultou em queda nas cotações da variedade.

A partir de outubro, o movimento de queda nos preços foi um pouco intensificado, devido às expectativas de boa colheita na safra 2017/18 do Vietnã, maior produtor mundial de robusta. Segundo relatório do USDA de dezembro de 2017, o país asiático deve colher 29,9 milhões de sacas nesta temporada, alta de 12% em relação à anterior.

Assim como o arábica, a maior média mensal do Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6 peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, de R$ 495,20/sc, foi verificada em janeiro – no dia 18, atingiu R$ 508,32/sc, o maior valor diário de 2017. Já a menor média mensal foi registrada em novembro, de R$ 365,36/sc, sendo R$ 355,53 o menor valor diário do ano, registrado no dia 10 daquele mês.

Na parcial da safra 2017/18 (de julho/17 a 28 de dezembro/17), a média do Indicador do robusta recuou 13,7% frente ao mesmo período da temporada passada, com média de R$ 388,87/sc. Entre dezembro/16 e dezembro/17, a baixa é de 26%.

EXPORTAÇÕES – Segundo o Cecafé (Conselho de Exportadores de Café), na parcial desta safra (de julho/17 a novembro/17), os embarques de café verde somaram 11,18 milhões de sacas, recuo de 14% em relação ao mesmo período da temporada anterior (2016/17).

Quanto à receita, somou US$ 1,822 bilhão nos cinco primeiros meses da temporada, queda de 16,5% frente ao mesmo período da safra passada. Em Reais, o montante foi de R$ 5,81 bilhões, recuo de 18% no mesmo comparativo.

Considerando-se somente o volume de arábica, na parcial desta temporada, houve forte redução de 13,9% em comparação ao mesmo período da safra anterior. Para o robusta, a queda foi mais expressiva na parcial da temporada, de 18,5%, sendo exportadas apenas 120,7 mil sacas de julho a novembro.

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