As cotações domésticas do café arábica vêm registrando fortes quedas em setembro. No acumulado parcial do mês (de 31 de agosto a 22 de setembro), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, recuou 76,68 Reais/saca de 60 kg (ou -12,56%), fechando a R$ 533,89/saca de 60 kg nessa terça-feira, 22. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio da menor presença de compradores e, especialmente, da forte baixa dos futuros da variedade. No campo, chuvas foram observadas no início desta semana em algumas das regiões cafeeiras de São Paulo, do Sul e Cerrado Mineiros e do Espírito Santo. O volume ainda não foi significativo, mas agentes estão à espera de que as previsões indicando novas precipitações nos próximos dias se concretizem. Vale lembrar que o retorno das chuvas é essencial para a recuperação dos cafezais, para a indução das floradas nos cafezais de arábica. Por enquanto, a abertura das flores foi mais significativa somente na região de Garça (SP), onde um maior volume de chuvas foi registrado em agosto.
ARROZ: INDICADOR RENOVA MÁXIMA REAL; ATIVIDADES DE SEMEIO SE INICIAM NO RS
A baixa disponibilidade e a disputa acirrada pelo arroz em casca em algumas regiões brasileiras seguem impulsionando as cotações do cereal, que atingiram, nessa terça-feira, 22, novo recorde real na série histórica do Cepea, iniciada em 2005 para esse produto (valores deflacionados pelo IGP-DI de ago/20) – o Indicador do arroz ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, com pagamento à vista, fechou a R$ 105,92/saca de 50 kg, alta de 1,5% em sete dias. Nos últimos dias, orizicultores permaneceram firmes quanto aos preços pedidos pelo produto, atentos ao clima e às oscilações no câmbio, ainda incertos quanto ao movimento do mercado no último trimestre de 2020 e no início de 2021. No campo, as atividades de cultivo da nova safra (2020/21) tiveram início pontual no Rio Grande do Sul, o principal estado brasileiro produtor do cereal. Em Santa Catarina, o semeio está mais adiantado, tendo alcançado quase 40% da área. Ainda há incertezas quanto ao tamanho safra no Brasil, com previsões diferentes dentre os órgãos oficiais.
ALGODÃO: COM VENDEDOR MAIS FIRME, PREÇO INTERNO SE ESTABILIZA
Depois de caírem com certa força na primeira metade de setembro, os preços domésticos do algodão em pluma estão mais firmes nesta segunda quinzena do mês. Pesquisadores do Cepea indicam que, apesar de a colheita da produção recorde da safra 2019/20 ter sido finalizada, vendedores estão mais resistentes em diminuir os valores de novas negociações, atentos à maior remuneração da exportação frente ao spot nacional. Compradores, por sua vez, estão afastados do mercado, alegando dificuldades no repasse dos preços da matéria-prima aos manufaturados. Nesse ambiente, têm prevalecido algumas compras no spot por parte de empresas com mais urgência em repor estoques. Nessa terça-feira, 22, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, fechou em R$ 3,0990/lp, leve queda de 0,3% frente à terça anterior, 15.
MAÇÃ: GRANEL ACELERA COMERCIALIZAÇÃO NAS CLASSIFICADORAS
A boa procura por maçãs miúdas aqueceu as vendas da fruta a granel nos últimos dias. De acordo com agentes consultados pelo Hortifrúti/Cepea, existe uma maior demanda por maçãs de qualidade e preços mais acessíveis, requisitos atendidos pela granel Cat 1. Esse cenário somado à menor oferta favoreceu as cotações – a menor disponibilidade está atrelada ao fato de que várias classificadoras têm trabalhado com embalagens de 1 kg, inclusive de tamanhos 220 e 250, que normalmente seriam destinados à venda a granel. Entre 14 e 18 de setembro, os preços da gala calibres 220 e 250 Cat 1 vendida a granel registraram médias de R$ 54,00 e de 50,30/cx de 18 kg, respectivamente, nas regiões classificadoras. Os mesmos perfis da fuji foram comercializados a R$ 53,00 e a 50,20/cx de 18 kg. Já para as frutas graúdas, apesar de não haver grande demanda, a oferta limitada segue sustentando as cotações. Na última semana, a gala 110 Cat 1 foi vendida na média de R$ 100,38/cx de 18 kg na média das regiões classificadoras.