Produtores de arábica estão realizando os preparativos para a colheita da safra 2020/2021, uma vez que as atividades serão efetivamente iniciadas em maio. Quanto ao robusta, os trabalhos de campo ganham força no Espírito Santo e em Rondônia. Pesquisadores do Cepea indicam que, ainda que as colheitas de ambas as variedades não apresentem dificuldades neste momento, muitos agentes temem falta de mão de obra, em decorrência da pandemia de coronavírus. Por enquanto, trabalhadores familiares ou os que residem nas proximidades das fazendas representam a maior parte dos que realizam as atividades. Contudo, com a intensificação dos trabalhos nas próximas semanas (no caso do arábica) e a maior necessidade de mão de obra, há dúvidas quanto ao bom andamento das atividades daqui para frente. Além dos problemas logísticos (deslocamento dos colhedores de suas origens até as regiões produtoras), cafeicultores se mostram preocupados com questões relacionadas ao controle do coronavírus, como adequações de alojamentos e de equipamentos de proteção e treinamento dos funcionários. No geral, pesquisadores do Cepea indicam que, por um lado, o cenário econômico atual pode até elevar a oferta de trabalhadores das próprias regiões produtoras de café, mas, por outro, essa mão de obra não é qualificada, o que pode prejudicar o bom andamento da colheita.
ALGODÃO: APESAR DA DEMANDA ENFRAQUECIDA, INDICADOR SEGUE ESTÁVEL
O mercado interno de algodão em pluma está levemente mais movimentado, uma vez que houve aumento na captação de ofertas de venda e de compra pelo Cepea. Alguns comerciantes estão ativos, na tentativa de realizar novos fechamentos “casados” e/ou para finalizar contratos. Mas, por ora, a oferta ainda está acima da demanda no spot. Segundo colaboradores do Cepea, a maioria dos agentes de toda a cadeia têxtil permanece afastada das negociações (ou até mesmo paralisada). Com a expectativa de retorno dos elos de produção e do consumo ao longo do próximo mês, diante do possível afrouxamento do isolamento social nos estados do País, especialmente, em São Paulo, algumas das indústrias ainda em produção autorizaram novos embarques da pluma negociada anteriormente, para reposição de pequenos volumes em estoque. Assim, entre 22 e 28 de abril, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, permaneceu praticamente estável (+0,01%), fechando a R$ 2,7164/lp nessa terça-feira, 28. Já na parcial de abril (até o dia 28), o Indicador acumula queda de 4,4%.