Em meio à instabilidade externa, os preços do café arábica continuam oscilando com força no mercado doméstico. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário somado ao recesso de carnaval afastaram produtores do spot nacional. Além disso, boa parte dos vendedores se mostra com o fluxo de caixa equilibrado, sem pressa para escoar seus lotes a valores que não considerem satisfatórios. Já para o robusta, os preços também oscilam, mas as altas predominam, conforme levantamento do Cepea. Quanto às exportações, dados divulgados pelo Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) indicam que, em janeiro, foram embarcadas 3,96 milhões de sacas de 60 kg de café (arábica e robusta), volume 4,4% inferior ao de dez/23, mas 39% acima do de jan/23.
BOI: BAIXA PROCURA E ESCALAS ALONGADAS MANTÊM PREÇO EM QUEDA
Os preços do boi gordo avançam fevereiro em queda – na parcial do mês (até o dia 14), o Indicador CEPEA/B3 recuou 3%. Segundo pesquisadores do Cepea, a procura de frigoríficos segue relativamente baixa, e as escalas, alongadas em todas as praças do estado de São Paulo. Quanto ao número de animais abatidos em 2023, a divulgação do IBGE confirma o que as cotações já mostraram: a oferta dos pecuaristas superou a demanda dos frigoríficos, levando ao ajuste negativo dos preços ao longo do ano. Os dados ainda preliminares mostram que foram abatidas 33,9 milhões de cabeças (machos e fêmeas) em 2023, total que se aproxima do recorde de 2013, na marca de 34,4 milhões de animais. No comparativo com 2022, o aumento é de 13,2%.
FRANGO: QUEDAS DE INSUMOS ELEVAM PODER DE COMPRA DO AVICULTOR
Apesar da desvalorização do frango vivo no mercado doméstico, o poder de compra de avicultures paulistas vem crescendo em fevereiro. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário é resultado da queda mais significativa nas cotações dos principais insumos empregados na produção avícola (milho e farelo de soja). O recuo do frango vivo, por sua vez, se deve à menor procura de animais para abate ao longo da primeira quinzena de fevereiro, diante da retração nas vendas da carne.
SUÍNOS: CARNE SOBE MAIS QUE CONCORRENTES E PERDE COMPETITIVIDADE
Os preços da carne suína vêm subindo com mais força em relação às concorrentes (de frango e bovina) no atacado da Grande São Paulo, perdendo competitividade frente às duas proteínas. Segundo pesquisadores do Cepea, a valorização da carne suína se deve à oferta interna ligeiramente menor e à procura aquecida. No entanto, agentes consultados pelo Centro de Pesquisas já observam diminuição no ritmo das vendas, contexto que pode pressionar as cotações nos próximos dias.