Segundo pesquisas do Cepea, o primeiro mês de 2019 se aproxima do fim com as cotações de café no Brasil mantendo o movimento de queda apresentado nos últimos meses de 2018. Na parcial de janeiro (de 2 a 29/01), a média do Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, de R$ 410,62/saca de 60 kg, é 8% inferior a janeiro/18. Para o robusta, a queda é de 8,2%, com a média da parcial de janeiro do Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, a R$ 304,32/sc. Pesquisadores do Cepea ressaltam que este quadro ainda reflete a boa oferta da safra 2018/19, mesmo com a expectativa de estoques mais limitados ao final da temporada 2019/20, em junho de 2020.
ARROZ: PREÇOS SE ELEVAM PELA SEGUNDA SEMANA CONSECUTIVA
A postura retraída de parte dos orizicultores consultados pelo Cepea elevou o preço do arroz em casca no Rio Grande do Sul pela segunda semana consecutiva. As frequentes chuvas ocorridas entre o final de 2018 e a primeira quinzena de janeiro causaram dias de pouca luminosidade e lavouras alagadas, principalmente na região da Fronteira Oeste. Nesse cenário, produtores consultados pelo Cepea optaram por aguardar informações sobre perdas, na expectativa de sustentação das cotações. Apenas aqueles orizicultores com necessidade de “fazer caixa” e/ou de redução dos estoques em silos (com objetivo de limpeza) efetivaram negociações. Entre 22 e 29 de janeiro, o Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, registrou alta de 2,16%, fechando a R$ 40,63/sc no dia 29. No acumulado de janeiro (até o dia 29), o aumento é de 1,17%.
ALGODÃO: NEGÓCIOS SEGUEM LENTOS E INDICADOR REGISTRA LEVE QUEDA
As comercializações de algodão em pluma seguem lentas. Compradores consultados pelo Cepea sinalizam dificuldades na efetivação de novos contratos, visto que há tipos diferentes de algodão em volumes ofertados por vendedores, mas com um preço único para o lote. Como o ritmo de exportação segue firme nesta temporada (pode superar 120 mil toneladas em janeiro, de acordo com a Secex), o produto de melhor qualidade acaba sendo destinado ao mercado externo. Para tipos melhores, especialmente, vendedores consultados pelo Cepea seguem firmes nos preços pedidos. Entretanto, como a maior parte negociada tem sido de tipos inferiores, os valores estão em leve queda. Entre 22 e 29 de janeiro, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, recuou apenas 0,14%, fechando a R$ 2,9467/lp na terça-feira, 29.
BATATA: MENOR VOLUME E CHUVAS REDUZEM OFERTA E IMPULSIONAM PREÇO
Entre 21 e 25 de janeiro, a batata ágata padrão foi comercializada nos atacados paulistanos a R$ 116,25/sc de 50 kg, alta de 30,75%, no carioca, a R$ 98,28/sc, aumento de 24,64%, e em Belo Horizonte (MG), a 97,81/sc, elevação de 14,56%. Esse cenário se deve, de acordo com pesquisas do Cepea, ao volume cerca de 13% menor nesta safra das águas 2018/19 frente à temporada passada. Além disso, as fortes chuvas que atingiram as lavouras, principalmente no Sul do País, prejudicaram a colheita e impulsionaram os preços, que chegaram a atingir até R$ 150,00/sc no atacado de São Paulo. Pesquisadores do Cepea ressaltam também que outro fator que contribuiu para a menor oferta de tubérculos e consequente aumento nos valores são as muitas batatas miúdas provenientes da região do Cerrado Mineiro, que não estão nos padrões ideais para comercialização e, por isso, são utilizadas como batata-semente.