Os preços dos cafés arábica e robusta apresentaram forte oscilação nos últimos dias. No início da semana, as cotações foram impulsionadas pelo avanço dos valores externos de ambas as variedades e do dólar frente ao Real. Além disso, vendedores consultados pelo Cepea estiveram retraídos, o que também manteve o cenário de baixa liquidez. Vale (SA:VALE3) apontar que, no cenário externo, as cotações foram influenciadas por preocupações quanto à menor oferta no curto prazo. Além disso, existe certo receio no mercado que as medidas adotadas por governos para conter o avanço do coronavírus possa dificultar a logística no País e, consequentemente, limitar as exportações. Para o arábica, as novas quedas nos estoques certificados pela Bolsa também influenciaram as altas internacionais. No Brasil, o Indicador CEPEA/ESALQ do café tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 581,56/sc nessa terça-feira, 31, leve queda de 0,2% em relação à terça anterior, 24. Para o robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6 peneira 13 fechou a R$ 327,02/sc de 60 kg na terça-feira, 1,5% inferior ao do dia 24.
ARROZ: AGENTES ATIVOS E EXPORTAÇÃO AQUECIDA ELEVAM PREÇOS DO CASCA
Apesar de oscilarem em março, os preços de arroz em casca no Rio Grande do Sul apresentaram recuperação na segunda quinzena do mês. O Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros (média ponderada), subiu 3% entre 24 e 31 de março, fechando a R$ 51,92/sc de 50 kg na última terça-feira, 31 – o maior valor nominal da série história do Cepea, iniciada em 2005. De acordo com pesquisadores do Cepea, a sustentação está atrelada especialmente ao movimento mais ativo de agentes que buscaram atender compromissos no mercado interno, com o intuito de suprirem a demanda de supermercadistas/varejistas. Também houve procura para exportação e complemento de cargas. O que chamou a atenção em março foi a forte valorização do dólar frente ao Real, que favorece a exportação de produtos brasileiros. Este fator elevou a competitividade do arroz brasileiro no mercado internacional, e o interesse de compras para exportação estimulou a comercialização do casca em praticamente todas as praças acompanhadas pelo Cepea.
ALGODÃO: COM EFETIVAÇÕES PONTUAIS, PREÇOS CAEM NO FINAL MARÇO
Diante do receio de agentes de mercado consultados pelo Cepea de que as medidas adotadas por governos para conter o avanço do coronavírus possam dificultar a logística nacional, muitas indústrias têxtis foram interrompendo suas atividades no final de março, exceto as que fornecem produtos hospitalares. Vale ressaltar que, com o fechamento de lojas físicas de produtos não essenciais em diversas cidades, incluindo os shoppings, as demandas por fios e pelo algodão diminuíram significativamente. Do lado comprador, as indústrias consultadas pelo Cepea, que ainda estão operando, trabalham com a matéria-prima estocada – muitas reduziram o ritmo de produção. A maioria dos agentes segue adiando o recebimento, solicitando aumento no prazo de pagamento, ou até mesmo, cancelando os pedidos. Dos poucos vendedores ativos, parte se manteve firme nos valores pedidos. Neste cenário, as efetivações foram pontuais, especialmente na segunda quinzena de março. Entre 24 e 31 de março, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, recuou 2,38%, fechando a R$ 2,8114/lp na terça-feira, 31. No acumulado de março, a queda é de 2,88%.