Após registrarem quedas consecutivas por algumas semanas, os preços domésticos dos cafés arábica e robusta reagiram nos últimos dias, movimentando as negociações no spot nacional, de acordo com levantamento do Cepea. As cotações foram influenciadas especialmente pelo avanço do dólar frente ao Real. Para o arábica, de 16 a 23 de junho, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, posto na capital paulista, avançou 3,1%, finalizando a R$ 480,12/saca de 60 kg nessa terça-feira. Quanto ao robusta, os preços subiram no início na semana, mas recuaram levemente a partir da quinta-feira, 19. Na variação da semana, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 terminou estável, fechando a R$ 335,85/sc nessa terça-feira, 23. Esse cenário atraiu uma parte dos produtores ao mercado, permitindo o fechamento de negócios para o arábica – tanto para cafés de melhor qualidade quanto inferiores – e para o robusta. A liquidez no físico só não foi maior porque muitos agentes consultados pelo Cepea estiveram voltados às entregas já programadas.
ARROZ: AGENTES SE RETRAEM DAS NEGOCIAÇÕES INTERNAS
Beneficiadoras e orizicultores consultados pelo Cepea seguem cautelosos nas negociações para atender à demanda do mercado interno e, por isso, nem todos os lotes de arroz "livre" (armazenado nas propriedades rurais) ofertados foram adquiridos pelas empresas, pois não houve acordo em relação aos preços. Alguns representantes de indústrias se mantêm retraídos, enquanto outros abriram cotação somente para compra de arroz em casca depositado em seus armazéns. No entanto, foram verificadas comercializações pontuais para exportação de arroz em casca e também do beneficiado nos últimos dias. Por enquanto, de acordo com colaboradores do Cepea, as negociações seguem em ritmo lento. Entre 16 e 23 de junho, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros (média ponderada) registrou alta de 0,69%, fechando a R$ 62,02/sc de 50 kg na terça-feira, 22.
ALGODÃO: LIQUIDEZ NO SPOT E RITMO DE EXPORTAÇÃO DIMINUEM
Pesquisas do Cepea apontam que as negociações envolvendo algodão em pluma voltaram a se enfraquecer no mercado spot, assim como o ritmo de embarques do produto. Nesse ambiente e diante da paridade de exportação relativamente estável, as cotações domésticas da pluma se mantêm firmes. No mercado interno, a reabertura do comércio em algumas regiões consultadas pelo Cepea gerou certo otimismo no setor industrial, fazendo com que algumas têxteis retomassem, ainda que parcialmente, as atividades. No entanto, com as vendas no varejo ainda abaixo do esperado, muitas indústrias seguiram adquirindo apenas poucos lotes de pluma, sendo que alguns agentes ainda relataram dificuldades em encontrar o algodão com a qualidade desejada. Do lado vendedor, agora há certa dúvida entre negociar o produto da safra 2018/19 ainda em estoque ou prorrogar as negociações, na expectativa de recuperação dos preços, apesar da entrada do produto da nova temporada. No geral, prevalece o interesse vendedor em cumprir os contratos realizados anteriormente (fechados a preços maiores), especialmente para exportação. Entre 16 e 23 de junho, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, caiu 0,6%, fechando a R$ 2,7004/lp nessa terça-feira, 23.