Os valores dos cafés robusta e arábica recuaram em março, pressionados por desvalorizações externas e pela expectativa de safra volumosa na temporada 2018/19 brasileira. No mês passado, os preços médios do robusta tipo 6 peneira 13 acima e do 7/8 bica corrida foram os menores, em termos reais, desde setembro de 2014 (IGP-DI de fev/18). O Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima teve média de R$ 305,55/saca de 60 kg, 4,2% inferior à de fevereiro/18. O tipo 7/8 bica corrida encerrou o mês a R$ 297,50/sc, baixa de 4,3% em relação a fevereiro/18. Segundo colaboradores do Cepea, os baixos patamares têm dificultado o fechamento de negócios no físico brasileiro, que ocorrem apenas quando há maior necessidade. Quanto ao arábica, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, teve média de R$ 429,81/saca de 60 kg em março, 1,9% inferior à de fevereiro/18.
ARROZ: ORIZICULTORES RETRAÍDOS E DEMANDA FIRME SUSTENTAM COTAÇÕES
A disponibilidade de arroz em casca esteve baixa no Rio Grande do Sul em março, principalmente na segunda quinzena. Segundo colaboradores do Cepea, chuvas frequentes e a queda das temperaturas reduziram – ou até mesmo impediram – a colheita. Com isso, grande parte dos orizicultores se retraiu. Do lado comprador, indústrias demonstram interesse por novas aquisições, seja de lotes negociados nos leilões, de arroz depositado nos seus armazéns ou de arroz “livre” (depositado nas propriedades rurais). Assim, no acumulado de março, o Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS, 58% de grãos inteiros, registrou leve alta de 0,1%, fechando a R$ 35,11/sc de 50 kg na quinta-feira, 29.
ALGODÃO: COM 6,6% DE ALTA EM MARÇO, INDICADOR TEM MAIOR MÉDIA DESDE JUL/11
A oferta de algodão segue baixa no mercado interno, o que tem mantido os preços da pluma em alta. A demanda, por sua vez, segue firme. Segundo colaboradores do Cepea, muitas empresas precisam repor seus estoques, e muitos comerciantes têm contratos para cumprir. No acumulado de março, o Indicador do algodão CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu significativos 6,63% e, no primeiro trimestre de 2018, quase 14%. Diante dessas elevações, a média de março, de R$ 2,9876/lp, atingiu o maior patamar desde julho de 2011 (R$ 3,1614/lp), sendo 7,08% superior à de fevereiro/18 e 8,4% maior que a de março/17 (dados atualizados pelo IGP-DI fev/18).
TOMATE: MENOR OFERTA IMPULSIONA COTAÇÕES
Após consecutivas desvalorizações, o preço do tomate salada longa vida subiu na Ceagesp nos últimos dias, refletindo a menor oferta, devido à redução da colheita em Caçador (SC) e em Itapeva (SP). Do lado da demanda, colaboradores do Hortifruti/Cepea acreditam que a Semana Santa pode ter elevado a procura pelo fruto. A qualidade dos tomates também acabou interferindo na comercialização, já que há muitas unidades médias e ponteiras nos lotes, além de frutos manchados e sujos, devido às chuvas. Entre 26 e 29 de março, o 2A e o 3A tiveram médias de R$ 31,79/cx de 20 kg e de R$ 51,39/cx na Ceagesp, respectivas altas de 12,18% e de 18,19% frente ao período anterior. Em Ibicoara (Chapada Diamantina/BA), a valorização foi de 52,78% na mesma comparação, para a média de R$ 55,00/cx.