Os preços do café arábica estão oscilando com certa força, contexto que tem intensificado a retração de agentes no mercado spot nacional. No começo da semana passada, as cotações do arábica caíram, pressionadas pela forte desvalorização externa, que, por sua vez, refletiu a queda do dólar e perspectivas de menor demanda global por café. Já no fim da semana, os valores domésticos do arábica voltaram a subir, recuperando as perdas dos dias anteriores. Neste caso, o suporte veio da apreciação do dólar frente ao Real, da forte elevação dos futuros na quinta-feira, 21, e da continuidade da retração de vendedores – muitos se mantiveram afastados do spot devido ao feriado da quinta-feira (Tiradentes). Nessa terça-feira, 26, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, fechou a R$ 1.262,09/saca de 60 kg, alta de 2,28% em relação à terça anterior, 19. Para o robusta, as cotações abriram a última semana em forte queda, mas se recuperaram no decorrer do período, influenciadas pela demanda pontual das indústrias de torrefação e pela elevação do dólar. Mesmo assim, produtores seguiram distantes do mercado. Além do feriado do dia 21, a maior parte dos cafeicultores segue no aguardo de maiores valorizações e da chegada dos grãos da safra 2022/23. Já nessa terça-feira, 26, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, caiu novamente, fechando a R$ 809,75/sc, 1,1% abaixo do da terça anterior, 19.
ARROZ: COLHEITA AVANÇA E PRESSIONA VALORES NO RS; LIQUIDEZ É BAIXA
O avanço da colheita pressionou as cotações do arroz em casca por mais uma semana no mercado spot do Rio Grande do Sul. Segundo colaboradores do Cepea, com um bom volume já colhido, compradores têm optado por adquirir os lotes que estão mais próximos das unidades de beneficiamento, que têm preços e custo mais atrativos. Ainda assim, no geral, muitos agentes seguem afastados do spot, mantendo o ritmo dos negócios bastante lento. Entre 19 e 26 de abril, a média ponderada do estado do Rio Grande do Sul, representada pelo Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista), recuou 2,16%, retornando à casa dos R$ 71/sc e fechando a R$ 71,07/saca de 50 kg nessa terça-feira, 26. No acumulado parcial do mês (até o dia 26), a queda é de 7,4%.
ALGODÃO: COM DISPARIDADE ENTRE OS PREÇOS, INDICADOR OSCILA
O Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma (pagamento em oito dias) vem oscilando no mercado brasileiro, diante da forte disparidade entre os valores de compra e de venda no spot. Ao longo da semana passada, essa “queda de braço” e o feriado da quinta-feira, 21 (Tiradentes), mantiveram baixa a liquidez doméstica. Atentos às volatilidades dos preços externos e do dólar frente ao Real, vendedores brasileiros ora estão mais flexíveis em seus pedidos ora elevam os preços, sobretudo algumas tradings que disponibilizam lotes no mercado interno. Ainda assim, conforme colaboradores do Cepea, vendedores estão mais ativos que compradores, uma vez que indústrias apontam dificuldades no repasse de novos reajustes da matéria-prima aos seus produtos. Dessa forma, parte das empresas pressiona os valores no spot e/ou se mantém fora do mercado, usando estoques e/ou a pluma de contratos a termo. Entre 19 e 26 de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ subiu 0,4%, fechando a R$ 7,2172/lp nessa terça-feira, 26. Já no acumulado parcial de abril, o Indicador registra baixa de 0,57%.