A colheita do café arábica da safra 2018/19 deve terminar nos próximos dias, contexto que tem elevado a disponibilidade interna do grão. Mesmo assim, os negócios envolvendo a variedade estão limitados no mercado nacional. Segundo colaboradores do Cepea, além de grande parte dos produtores estar focada nas entregas já programadas para este mês, os atuais preços no spot ainda mantêm vendedores retraídos. Outros fatores que influenciaram a baixa liquidez interna nos últimos dias foram os feriados na segunda-feira, 3, nos Estados Unidos (Dia do Trabalho) e na sexta, 7, no Brasil (Dia da Independência). Quanto ao robusta, assim como para o arábica, os baixos preços ofertados e a semana mais curta mantiveram agentes distantes do mercado spot e a liquidez, baixa.
ARROZ: AGENTES RECUAM, MAS PREÇO PERMANECE ESTÁVEL NO RS
O ritmo de comercialização de arroz em casca está lento no Rio Grande do Sul. Segundo colaboradores do Cepea, indústrias e orizicultores têm demonstrado pouco interesse em negociar, cenário que foi reforçado pelo feriado da última sexta-feira (Independência do Brasil) e pelas frequentes chuvas no estado – que dificultam o carregamento, especialmente de arroz “livre” (armazenado nas propriedades rurais). Do lado comprador, agentes afirmam que as vendas aos setores atacadista e varejista seguem enfraquecidas e que há dificuldades no repasse das altas do casca para o arroz beneficiado. Orizicultores, por sua vez, seguiram retraídos, aguardando novas altas nos preços. Nesse contexto, as cotações do cereal mantiveram-se praticamente estáveis nos últimos dias. De 4 a 11 de setembro, o Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, subiu ligeiro 0,2%, fechando a R$ 45,22/sc de 50 kg nessa terça-feira, 11.
ALGODÃO: LOTES HETEROGÊNEOS LIMITAM NEGÓCIOS; TENDÊNCIA DE QUEDA DIMINUI
O movimento de queda dos preços do algodão em pluma persiste, mas a intensidade está menor. De 31 de agosto a 11 de setembro, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, recuou apenas 0,26%, fechando a R$ 3,1811/lp nessa terça-feira, 11. Conforme colaboradores do Cepea, esse cenário pode estar atrelado ao fraco ritmo de negócios no spot nacional. Enquanto compradores buscam lotes de qualidade a preços menores, vendedores disponibilizam lotes heterogêneos, o que acirra a “queda de braço” entre esses agentes. Comerciantes, por sua vez, estão ativos nas aquisições, no intuito de atender suas programações. No entanto, há dificuldades em “casar” novos negócios, devido à oferta de lotes com qualidade mista.
MAMÃO: FORMOSA SE VALORIZA NA CEAGESP, MAS HAVAÍ REGISTRA QUEDAS
Apesar da demanda enfraquecida no atacado, o menor volume de mamão formosa no mercado interno impulsionou os preços da variedade pela terceira semana consecutiva na Ceagesp. Entre 3 e 6 de setembro, o formosa teve preço médio de R$ 33,75/cx de 13kg, elevação de 8% frente à média da semana anterior. Já o havaí tipo 15 a 18 se desvalorizou 10% na mesma comparação, sendo vendido por R$ 17,50/ cx de 8 kg, em média, na semana passada no atacado paulistano. De acordo com colaboradores do Hortifruti/Cepea, a desvalorização do havaí foi influenciada pelo elevado estoque nos boxes atacadistas, que, por sua vez, reflete a demanda enfraquecida e o maior volume nas roças.