Na semana passada, a possibilidade de geadas em boa parte das regiões produtoras de café arábica do Brasil deixou produtores em alerta, elevando os preços externos e, consequentemente, internos no início da semana passada. Nos dias 16 e 17 de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, operou próximo dos R$ 1.310,00/sc, o maior patamar desde março deste ano. Porém, o frio teve intensidade moderada, resultando em nova queda das cotações externas e domésticas a partir da quarta-feira, 18. Nessa terça-feira, 24, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, fechou a R$ 1.218,65/sc de 60 kg, recuo de 89,59 Reais/sc (ou de 6,85%) frente à terça anterior, 17.
ALGODÃO: MOVIMENTO DE ALTA É LIMITADO POR QUEDA EXTERNA
Os preços do algodão em pluma seguem em patamares elevados. Na semana passada, o Indicador CEPEA/ESALQ se aproximou dos R$ 8,2/libra-peso. Pesquisadores do Cepea ressaltam, no entanto, que esse movimento de alta perdeu a intensidade nos últimos dias, devido às desvalorizações dos contratos externos. Além disso, as quedas do dólar e da paridade de exportação também limitam as altas no mercado doméstico, à medida que fizeram com que alguns vendedores, como tradings, ofertassem a pluma no spot nacional a valores menores.
IPPA: GRÃOS E HF PRESSIONAM IPPA/CEPEA, QUE CAI 2,7% EM ABRIL
O IPPA/CEPEA (Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários) recuou 2,7%, em termos nominais, de março para abril. Segundo pesquisadores do Cepea, o resultado esteve atrelado às quedas observadas para o IPPA-Grãos e o IPPA-Hortifrutícolas, de 7,2% e 1,4%, respectivamente. Já o IPPA-Café-Cana e o IPPA-Pecuária avançaram 2,6% e 2,5%, nesta ordem. A baixa observada para o IPPA-Grãos esteve atrelada às desvalorizações do milho, da soja e do arroz em casca. Em todos os casos, em alguma medida, as quedas nos preços refletiram o desaquecimento da demanda interna em contraposição ao crescimento da oferta – sobretudo no caso do milho e da soja, que estavam em período de finalização da colheita da safra de verão. Para o IPPA-Hortifrutícolas, recuos foram registrados para a laranja, banana e tomate. No caso da laranja, a desvalorização se deve ao desaquecimento da demanda e aos demais, ao aumento da oferta. Especialistas do Cepea apontam, ainda, o efeito dos feriados ocorridos em abril, que dificultaram o escoamento das frutas. Em relação ao IPPA-Pecuária, com exceção do preço nominal do boi gordo, todos os produtos se valorizaram, com destaque para o frango vivo e o leite. No caso do frango, a alta foi influenciada pelo aumento dos embarques da carne, e, para o leite, a redução da oferta de matéria-prima no campo elevou os preços. Finalmente, o aumento do IPPA-Café-Cana foi conduzido pela alta dos preços da cana-de-açúcar. Na mesma comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais, calculado e divulgado pela FGV, avançou 1,24% – logo, de março para abril, os preços agropecuários caíram frente aos industriais da economia.