Depois de iniciarem fevereiro em baixa, os preços do café arábica tiveram forte recuperação no final do mês. No acumulado do período (31/1 – 28/2), o Indicador CEPEA/ESALQ do café tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, avançou 48,61 Reais por saca de 60 kg (+10,2%), fechando a R$ 522,42/sc no dia 28. Segundo pesquisadores do Cepea, essa alta esteve atrelada às valorizações externas do grão e também do dólar frente ao Real. Os contratos internacionais do arábica foram impulsionados por movimentos técnicos e pela oferta restrita no mercado físico brasileiro no curto prazo. Quanto ao dólar, mesmo com as intervenções do Banco Central, a moeda norte-americana atingiu novo recorde nominal na sexta-feira, 28, a R$ 4,492. Já quanto ao robusta, os valores registraram pequena variação no último mês. No acumulado do período, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, avançou apenas 3,24 Reais por saca de 60 kg (+1%), fechando a R$ 312,92/sc no dia 28. Ainda que o dólar elevado tenha sustentado as cotações, a maior disponibilidade de robusta nos mercados nacional e internacional – devido à grande produção do Brasil e do Vietnã em 2019/20 – e a demanda mais enfraquecida limitaram maiores valorizações da variedade.
ARROZ: LIQUIDEZ É BAIXA, MAS MÉDIA DE FEVEREIRO É A MAIOR PARA O MÊS
A comercialização de arroz em casca esteve lenta no mercado interno na maior parte de fevereiro – no início do mês, os valores praticados no Rio Grande do Sul atingiram recordes nominais na série histórica do Cepea, afastando compradores da comercialização no restante do período. Assim, a partir da segunda quinzena, os negócios efetivos foram pontuais, e ocorreram de acordo com a necessidade desses agentes, bem como dos vendedores que ainda detinham o grão. Além disso, a colheita se intensificou na última semana do mês, que, neste ano, foi período de carnaval de Brasil, o que manteve parte dos agentes fora de mercado. Nesse cenário, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros (média ponderada) recuou 3,2% no acumulado de fevereiro (31/1 – 28/2), fechando a R$ 49,53/sc de 50 kg no dia 28. Mesmo assim, a média de fevereiro, de R$ 50,52/sc, foi 1,9% superior à de janeiro e, ainda, a maior para o mês na série histórica do Cepea.
ALGODÃO: POSTURA VENDEDORA E DÓLAR IMPULSIONAM INDICADOR EM 4% EM FEVEREIRO
Os preços do algodão em pluma seguiram em alta em fevereiro, mantendo o movimento que vem sendo verificado há seis meses seguidos. O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, fechou a R$ 2,9259/lp no dia 28, avanço de 4,13% frente ao fechamento de janeiro. De 26 de fevereiro a 3 de março, especificamente, o Indicador subiu 1,1%, fechando a R$ 2,9359/lp nessa terça-feira, 3. Segundo colaboradores do Cepea, a sustentação veio da posição firme da maior parte dos vendedores. Além disso, o dólar em patamar recorde nominal reduziu a disponibilidade doméstica, tendo em vista que favoreceu a exportação. Do lado comprador, muitos estiveram ativos, à procura de pluma de maior qualidade – demandantes com maior necessidade acabaram pagando valores maiores para adquirir novos lotes. No geral, os fechamentos acabaram sendo limitados pela disputa entre vendedores e compradores quanto ao preço e à qualidade. Ao longo de fevereiro, o dólar manteve o mercado de exportações atrativo, fazendo com que tradings sustentassem as altas no mercado doméstico. No entanto, na última semana de fevereiro, os contratos na Bolsa de Nova York (ICE Futures) caíram com força, reduzindo o ritmo de comercialização.