Os preços domésticos do café arábica estão em alta no mercado brasileiro, segundo dados do Cepea. De acordo com pesquisadores, o impulso vem, além do ritmo lento da colheita, da elevação dos futuros da variedade. Os maiores patamares de preços atraíram vendedores ao mercado, elevando a liquidez interna. Nessa terça-feira, 28, o Indicador CEPEA/ESALQ do café tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou acima dos R$ 400,00/saca de 60 kg, patamar que não era visto desde 11 de março deste ano. O fechamento dessa terça-feira foi de R$ 400,97/sc, 3% superior ao registrado no dia 21 de maio. Quanto à colheita de café da temporada 2019/20, que começou em abril, segue em ritmo mais lento que o esperado, especialmente nas regiões de arábica (com exceção do Noroeste do Paraná e de Garça). Pesquisadores do Cepea afirmam que o clima frio retardou o amadurecimento dos grãos, enquanto as chuvas dificultaram a entrada de trabalhadores no campo, além de terem resultado em queda de grãos, principalmente no Cerrado e Sul Mineiro.
ALGODÃO: INDICADOR RECUA 2,5% EM MAIO; LIQUIDEZ SEGUE BAIXA
Os preços do algodão estão em queda no mercado brasileiro. Na parcial de maio (até o dia 28), o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, recuou 2,47%, com média de R$ 2,8752/lp na terça-feira, 28. As negociações internas da pluma seguem lentas, segundo pesquisadores do Cepea. Compradores utilizam o produto já contratado e/ou em estoque e, quando há interesse, as ofertas são inferiores às de vendedores. Além disso, muitos continuam apontando dificuldade em encontrar a pluma com a qualidade desejada, uma vez que o produto melhor segue tendo como destino a exportação. Os embarques, por sua vez, registram volume recorde na atual temporada. Segundo a Secex, entre agosto/18 e a quarta semana de maio/19, o Brasil embarcou 1,1 milhão de toneladas de pluma, já superando o recorde de toda a safra 2011/12 (de agosto/11 a julho/12), que havia sido de 1,042 milhão de toneladas.
MAÇÃ: OFERTA DE FRUTAS DE "RAPA DE COLHEITA" PRESSIONA VALORES
Neste mês, com a colheita das últimas maçãs fuji “rapa de colheita”, que têm qualidade inferior, em São Joaquim (SC), os valores estão em queda. Segundo pesquisadores do Hortifruti/Cepea, isso ocorre porque, na tentativa de escoar essas frutas, muitos dos pequenos produtores optaram por vendê-las a cotações muito baixas (praticamente ao valor de custo). Assim, na semana passada (de 20 a 25 de maio), o preço médio da fuji miúda Cat 3 na região catarinense foi de R$ 28,00/cx de 18 kg, queda de 13% frente à anterior. Para os próximos dias, produtores temem que chuvas possam dificultar as últimas colheitas – atraso que poderia prolongar a permanência dessas maçãs de qualidade inferior no mercado. Esse cenário e a demanda mais baixa em fim de mês poderiam resultar em preços ainda menores.