Mais uma semana tensa com o Set-22 oscilando -/+1.200 pontos (máxima/mínima/fechamento respectivamente @ 226,15 / 214,25 / 221,90 centavos de dólar por libra-peso) e voltando a testar a importante média móvel dos 200 dias @ 217,30 centavos de dólar por libra-peso (rompendo essa média móvel próximos suportes @ 209,00 / 203,00 / 196,00 centavos de dólar por libra-peso).
As principais médias móveis estão convergindo para os +220/+222 centavos de dólar por libra-peso. Próximas resistências @ 225,50 / 230,70 e 242,10 centavos de dólar por libra-peso. No curto prazo apenas um evento climático ou uma redução expressiva nas exportações brasileiras nos próximos 3 meses poderão levar o Set/22 a atingir os 250 centavos de dólar por libra-peso.
Mesmo com as oscilações diárias entre +500/+800 pontos o volume médio diário negociado foi muito baixo (aproximadamente +22.000 lotes/dia). Segundo a última publicação do CFTC* os fundos + especuladores aumentaram a posição comprada em +457 lotes e continuam comprados em apenas +26.335 lotes.
O Citibank publicou sua nova estimativa para a safra brasileira 22/23. Aumentou sua estimativa em +1,00 milhões de sacas para +65,50 milhões de sacas (uma das mais altas até agora). Segundo o Citibank o mundo irá produzir +179,30 milhões de sacas e consumir -175,80 milhões de sacas, deixando um “superavit” apenas +3,50 milhões de sacas.
Infelizmente as estimativas apresentadas pelos agentes do mercado (bancos/corretoras/tradings) nunca apresentam a metodologia utilizada. Como já falamos aqui, o papel aceita tudo! Com estimativas variando entre +42/+65,80 milhões de sacas o Brasil será o grande “fazedor de preço” daqui pra frente!
Existem relatos dispares onde enquanto alguns produtores apresentam fotos maravilhosas com pés de café carregados até os dentes outros apresentam fotos das lavouras lindas, verdes, porém sem 1 grão de café nas hastes!
A colheita da safra 22/23 deverá ser muito rápida. A colheita do café tipo robusta deverá se intensificar já a partir do dia 02 de maio (próxima segunda-feira) e a do café tipo arábica a partir da primeira quinzena de junho. Até lá, o mercado continuará oscilando ao sabor dos ventos! Como já tem muito café comprometido/vendido creio que não teremos uma “pressão da safra” acentuada. Salvo se os números da safra 22/23 comprovadamente indicarem uma safra brasileira acima dos +60 milhões de sacas.
Para a safra 22/23, para os produtores que já estão com a safra comprometida com as cooperativas/tradings (com as vendas futuras realizadas em 2020/2021 entre +500/+800 R$/saca) seguimos recomendando a compra de proteção – opção de compra “Call*” ou as estruturas de “Call-Spreads*”. Com o mercado apostando em uma safra acima dos +60 milhões de sacas, qualquer frustração poderá levar o mercado para novos patamares! Para aqueles que não estiverem protegidos o prejuízo poderá ser enorme. Imaginem uma safra 22/23 abaixo dos 55 milhões de sacas junto com geadas! PROTEJAM-SE!
Para a safra 23/24 em diante, com o mercado já especulando uma safra brasileira entre +75/+85 milhões de sacas, recomendamos a compra de proteção contra potencial “derretimento” das cotações comprando as opções de venda “PUT*” e/ou as estruturas “Put-Spreads*”.
Com base no fechamento da sexta-feira, no Set-23 era possível a compra do seguro de venda (comprando uma opção de venda “PUT”) strike +200,00 centavos de dólar por libra-peso vendendo uma opção de compra “Call*” strike + 240,00 centavos de dólar por libra-peso praticamente a custo zero! Essa operação, junto com o hedge cambial, permitia ao produtor estar vendido entre +1.330 / +1.630 R$/saca!
Com esses movimentos bruscos diários a única resposta plausível para as perguntas “Por que o mercado subiu hoje? Por que mercado caiu hoje?” é: “subiu porque tinha mais comprador do que vendedor ou caiu porque tinha mais vendedor do que comprador”!
Ótima semana a todos!