A forte volatilidade dos preços dos cafés arábica e robusta neste início de junho tem afastado agentes consultados pelo Cepea do mercado e, consequentemente, reduzido a liquidez doméstica. Esse cenário interrompeu o bom ritmo de negociações que foi observado no final de maio, quando os preços estavam avançando com intensidade. Nessa terça-feira, 11, o Indicador CEPEA/ESALQ do café tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 405,25/saca de 60 kg, queda de 5,2% em relação à terça anterior, 4. Quanto ao robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6 peneira 13 fechou a R$ 286,87/sc de 60 kg, baixa de 5,1% em relação à terça anterior, 4.
ARROZ: PREÇOS CAEM NO INÍCIO DO MÊS
Orizicultores consultados pelo Cepea estiveram mais ativos na venda de arroz em casca nesta semana, devido aos compromissos bancários. Algumas beneficiadoras, por sua vez, não demonstraram interesse em renovar seus estoques, reduzindo os valores ofertados. Outras, entretanto, estão ausentes do mercado. Assim, entre 4 e 11 de junho, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, caiu 1%, a R$ 44,18/sc de 50 kg no dia 11. Quanto ao beneficiamento de arroz em casca, registra queda nos quatro primeiros meses de 2019, de acordo com dados do IBGE. Beneficiadoras consultadas pelo Cepea relatam “queda de braço” com os segmentos atacadistas e varejistas, devido à dificuldade em repassar os maiores custos de compra do arroz em casca. Com isto, acabam priorizando trabalhar com o cereal depositado em seus armazéns, em detrimento do produto livre. Além disso, indústrias relatam concorrência com o produto importado.
ALGODÃO: JUNHO TEM INÍCIO COM VENDEDOR FLEXÍVEL E BAIXO INTERESSE COMPRADOR
Mesmo que alguns vendedores consultados pelo Cepea estejam mais flexíveis nos valores de negociação da pluma, indústrias ofertam preços ainda menores, dificultando os fechamentos. No geral, compradores consultados pelo Cepea estão retraídos do spot, devido à expectativa de boa oferta da temporada 2018/19 e das cotações mais atrativas. Esses agentes trabalham com a pluma estocada ou recebida por meio de contratos firmados na safra 2017/18. Comerciantes, por sua vez, realizam negócios “casados”, mas também tentam adquirir a pluma para cumprimento de programações. Do lado vendedor, especialmente tradings estão mais flexíveis nos preços, por conta das desvalorizações dos contratos na Bolsa de Nova York (ICE Futures) e do dólar. Assim, após recuar 2,58% em maio, entre 31 de maio e 11 de junho, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, caiu 1,6%, fechando a R$ 2,8245/lp, na terça-feira, 11.
CEBOLA: BAIXA OFERTA IMPULSIONA COTAÇÕES
As cotações da cebola subiram em Irecê (BA), devido à queda na oferta da região. Nas roças baianas, a qualidade da cebola é variada, já que parte dos bulbos ainda estão atingidos por bacterioses. A previsão é de redução significativa da oferta no Nordeste nas próximas semanas, visto o considerável índice de descarte das mercadorias colhidas nos períodos anteriores. Nesse cenário, entre 3 e 7 de junho, o preço ao produtor teve média de R$ 1,58, aumento de 26% frente à semana anterior. No Vale do São Francisco, por sua vez, o volume também é baixo, além do fato de grande parte das cebolas ser de calibre menor (caixa 2). As duas regiões devem continuar ofertando até meados de julho, com disponibilidade bastante reduzida.