Apesar de o mercado interno continuar lento, as exportações brasileiras de café estão intensas. De acordo com pesquisadores do Cepea, os recuos dos valores externos e do dólar pressionaram as cotações dos cafés arábica e robusta, o que tem mantido a liquidez baixa no mercado doméstico. Quanto aos embarques, em fevereiro, especificamente, o volume somou 3,4 milhões de sacas de 60 kg, segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café). Apesar de ser 0,9% inferior à quantidade total embarcada em janeiro, foi um recorde considerando-se os meses de fevereiro. Caso o atual ritmo se mantenha firme nos próximos meses, o Brasil pode se aproximar de 40 milhões de sacas exportadas na safra 2018/19, o que seria um novo recorde – acima do verificado em 2014/15, quando 36,6 milhões de sacas foram embarcadas.
ARROZ: PRODUTOR SE RETRAI E COTAÇÕES SOBEM
Os preços do arroz em casca têm registrado leves aumentos no Rio Grande do Sul, devido à retração de orizicultores, segundo informações do Cepea. De 12 a 19 de março, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% de grãos inteiros, avançou 0,77%, fechando a R$ 39,33/sc de 50 kg no dia 19. Na parcial de março (até o dia 19), o Indicador está praticamente estável (+0,08%). Nos últimos dias, alguns orizicultores estiveram fora do mercado tanto para o arroz da safra 2017/18 quanto para o da nova temporada, insatisfeitos quanto aos valores ofertados por compradores. Já outros produtores estiveram mais flexíveis em negociar, devido à necessidade de “fazer caixa”. Do lado da demanda, parte das indústrias seguiu trabalhando com o casca já adquirido anteriormente, enquanto outras demonstraram interesse por casca para repor seus estoques, mas apenas algumas abriram compras para o arroz “livre” (depositado nas propriedades rurais). Essa postura cautelosa de indústrias se deve à demanda enfraquecida dos setores atacadista e varejista dos grandes centros.
ALGODÃO: BAIXA LIQUIDEZ SE MANTÉM E INDICADOR CEDE
Os negócios de algodão em pluma continuam em ritmo lento no mercado brasileiro, segundo pesquisadores do Cepea. Algumas indústrias demonstram baixo interesse por novas aquisições no spot, enquanto outras permanecem fora de mercado. Já cotonicultores estão atentos aos embarques de contratos firmados anteriormente, alegando que boa parte da safra 2017/18 já foi comprometida. Nesse cenário, entre 12 e 19 de março, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, caiu 0,6%, fechando a R$ 2,9115/lp na terça-feira, 19. Na parcial de março (até o dia 19), o Indicador recuou 0,69%.
BATATA: CHUVAS ATRAPALHAM COLHEITA, QUALIDADE E PRODUTIVIDADE
As chuvas têm afetado as atividades de colheita da batata, além da qualidade e da produtividade, conforme indicam pesquisadores do Hortifruti/Cepea. Por causa das precipitações, muitos produtores não colheram entre 12 e 14 de março em Água Doce (SC). Em Cristalina (GO), as atividades, que ainda estão no início, foram impossibilitadas pelo volume de chuvas. Colaboradores de Guarapuava (PR) indicam que o tempo úmido faz com que haja pouca batata de boa qualidade, mas, mesmo assim, a procura é elevada – devido à baixa disponibilidade nacional. No Cerrado Mineiro, a produtividade também foi afetada pelas condições climáticas (tempo seco no plantio e chuvas em excesso no desenvolvimento e na colheita): a média em Patrocínio foi de cerca de 410 sacas/ha, bem abaixo do potencial, de 700 sc/ha.