Os negócios envolvendo o café arábica seguem em ritmo lento, de acordo com pesquisadores do Cepea. A queda nos preços externos da variedade tem mantido boa parte dos vendedores afastada, com fechamentos ocorrendo especialmente em dia de alta do dólar. Além disso, muitos produtores consultados pelo Cepea têm dado preferência a entregas programadas e ao cumprimento de contratos, negociando no spot apenas quando há necessidade de caixa. Quanto ao robusta, as negociações também seguem em ritmo relativamente fraco. Muitos produtores consultados pelo Cepea continuam distantes do mercado, realizando negócios apenas em dia de alta dos preços externos ou do dólar e conforme a necessidade de “formar caixa”. Boa parte do volume de robusta novo comercializado nas últimas semanas corresponde a entregas já programadas.
ARROZ: COM IMPULSO COMPRADOR, CASCA TEM EXPRESSIVA ALTA DE 8% EM JUNHO
Com a demanda aquecida tanto para o mercado externo quanto para o doméstico, a saca de arroz em casca no Rio Grande do Sul se valorizou pelo quarto mês consecutivo. O Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% de grãos inteiros registrou expressiva alta de 8,32% no acumulado de junho, fechando a R$ 40,69/sc de 50 kg no dia 29. Especificamente de 26 de junho a 3 de julho, o aumento foi de 2%. Ao longo de junho, tradings seguiram ativas, buscando lotes para atender aos contratos de exportação. Nesse cenário, indústrias brasileiras aumentaram suas ofertas para os lotes de arroz depositado e “livre” (armazenados nas propriedades rurais) para conseguirem repor seus estoques de casca e cumprir com os pedidos dos setores atacadista e varejista dos grandes centros consumidores. Do lado vendedor, parte dos orizicultores disponibilizou seus lotes de casca de acordo com a necessidade de “fazer caixa”, atentos às quedas registradas no preço da soja. Já outros produtores seguem recuados negociando produtos de outros segmentos, como soja e gado.
ALGODÃO: COTAÇÃO CAI 4% NO ACUMULADO DE JUNHO
A chegada de alguns lotes de algodão em pluma da safra 2017/18 no mercado spot, especialmente a partir da segunda quinzena de junho, e a retração de parte dos compradores consultados pelo Cepea, que aguardam a intensificação da colheita, pressionaram a cotação de algodão em pluma. De 30 de maio a 29 de junho, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, caiu 3,9%. Essa foi a primeira queda acumulada mensal do Indicador desde outubro do ano passado, quando a baixa foi de ligeiro 0,3%. Na primeira quinzena de junho/18, especificamente, o Indicador ainda acumulava alta de 1,1%, mas houve forte queda de 4,6% na segunda metade do mês. Somente nos últimos sete dias (entre 26 de junho e 3 de julho), a baixa chega a 5,74%, fechando a R$ 3,5262/lp na terça-feira, 3. Ainda assim, a média de junho foi de R$ 3,7561/lp, 5,41% superior à de maio/18 e 27,87% acima da de junho/17 (dados atualizados pelo IGP-DI maio/18).
BANANA: PRATA SE DESVALORIZA EM QUASE TODAS AS REGIÕES PRODUTORAS
Entre 25 e 29 de junho, as cotações da banana prata caíram consideravelmente em quase todas as regiões produtoras acompanhadas pelo Hortifruti/Cepea, com exceção de Bom Jesus da Lapa (BA) e do Norte de Santa Catarina. Esse movimento de queda ocorreu devido ao aumento na colheita da variedade na maioria das praças. Segundo colaboradores do Cepea, especialmente no sul de Santa Catarina, 80% dos bananais estão produzindo. Porém, como produtores esperam que as vendas aumentem na primeira quinzena de agosto, por conta do fim dos jogos da Copa, a tendência é que o mercado possa se aquecer frente às semanas anteriores.