Em abril, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do café tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, foi de R$ 584,55/saca de 60 kg, elevação de 28,27 Reais por saca (ou de 5,1%) em relação à de março. Segundo pesquisadores do Cepea, as cotações foram impulsionadas especialmente pela baixa disponibilidade do grão no mercado interno e pelo avanço do dólar frente ao Real – a moeda norte-americana teve média de R$ 5,33 em abril, forte aumento de 8,9% frente a março. O dólar elevado e a alta nos valores internacionais do arábica em parte do mês, por sua vez, estimularam o fechamento de alguns negócios no físico brasileiro, reduzindo ainda mais o volume de café disponível.
ARROZ: EM PLENO PERÍODO DE COLHEITA, INDICADOR SOBE MAIS DE 10%
Na contramão do esperado para o período de colheita, pesquisas do Cepea apontam que o preço do arroz em casca registrou expressiva alta em abril no Rio Grande do Sul, devido à necessidade de compra das indústrias para atender à demanda dos mercados interno e externo. Vale ressaltar que, de acordo com o IBGE, o repasse dos custos já está chegando aos poucos ao varejo, mesmo que em menor intensidade. O Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros (média ponderada), subiu expressivos 10,21% no acumulado de abril (de 31 de março a 30 de abril), fechando a R$ 57,22/sc de 50 kg na sexta-feira, 30. Em relação ao valor médio do mês, foi de R$ 54,74/saca, 9,91% superior à média de março. Esses valores são recordes nominais desde o início da série histórica do Cepea, em 2005, mas, em termos reais (ou seja, considerando-se a inflação para o período, com base no IGP-DI até março/20), o Indicador atual é o maior desde fevereiro/17 – a maior média real, de R$ 68,09/sc, foi registrada em maio de 2008.
ALGODÃO: PREÇO TEM QUEDA MAIS EXPRESSIVA DESDE JULHO DE 2019
Abril começou com ritmo bastante lento no mercado de algodão em pluma. Segundo pesquisadores do Cepea, grande parte dos agentes estava afastada das negociações, como reflexo do menor consumo em meio à pandemia. No final do mês, porém, a liquidez teve ligeira melhora. Vendedores estiveram mais ativos e houve interesse, ainda que pontual, de compras por parte de comerciantes e industriais. No balanço do mês, porém, a oferta superou a demanda e o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, caiu 6,29% no acumulado de abril (queda mensal mais intensa desde julho/19, quando foi de 7,7%), fechando a R$ 2,6628/lp no dia 30.