As cotações do café arábica tiveram forte alta na maior parte dos últimos dias, impulsionadas pelo avanço dos valores externos do grão e do dólar. Na segunda-feira, 16, o Indicador CEPEA/ESALQ do café arábica finalizou a R$ 440,51/saca de 60 kg, o maior patamar diário registrado desde 5 de julho, em termos reais (valores foram deflacionados pelo IGP-DI) e 5% superior ao da terça anterior, 10. Nessa terça-feira, 17, porém, o Indicador recuou para R$ 431,94, refletindo as quedas no mercado internacional, que, por sua vez, estiveram atreladas à realização de lucro por parte de operadores do mercado. No acumulado parcial de setembro (até o dia 17), a alta no Indicador é de 3,54%. Para o robusta, os preços também registraram alta, ainda que em menor intensidade, influenciados pelos ganhos externos. A liquidez, por sua vez, foi limitada. Nessa terça-feira, 17, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 finalizou a R$ 288,53/sc de 60 kg, avanço de 0,5% em relação à terça anterior, 10.
ARROZ: COM NEGOCIAÇÕES PONTUAIS, PREÇO SE ESTABILIZA
O preço do arroz em casca permaneceu praticamente estável no mercado do Rio Grande do Sul nos últimos dias. Segundo colaboradores do Cepea, com as chuvas na região na semana passada, houve dificuldade no carregamento do produto adquirido anteriormente, levando algumas beneficiadoras a trabalhar com o cereal depositado em seus armazéns. Assim, apenas negócios pontuais foram fechados na semana. Do lado produtor, parte dos orizicultores disponibilizou lotes no mercado, com o objetivo de cobrir as despesas com a lavoura. Nesse cenário, entre 10 e 17 de setembro, o Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, recuou ligeiro 0,3%, fechando a R$ 45,22/saca de 50 kg nessa terça-feira, 17. No entanto, a média mensal do Indicador neste mês (até o dia 17), de R$ 45,26/sc, está 3,4% acima da média de agosto/19.
ALGODÃO: EXPORTAÇÃO ELEVADA ENXUGA EXCEDENTE INTERNO E IMPULSIONA VALORES
Os valores internos do algodão em pluma voltaram a registrar ligeiras altas nos últimos dias. Segundo pesquisadores do Cepea, o suporte tem vindo do ritmo intenso das exportações brasileiras da pluma neste mês e também da retração de vendedores, que estão atentos às valorizações dos contratos na Bolsa de Nova York (ICE Futures) e ao elevado patamar do dólar. Na parcial deste mês (10 dias úteis), os embarques já somam 58,5 mil toneladas, ultrapassando em 41% o volume exportado em todo o mês de agosto/19, conforme a Secex. Já no spot nacional, a comercialização de algodão em pluma está enfraquecida, tendo em vista que compradores estão abastecidos com o produto contratado. Além disso, a discordância entre o preço e a qualidade dos lotes disponibilizados também limita os fechamentos. Quanto aos preços domésticos, entre 10 e 17 de setembro, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, avançou 1%, fechando a R$ 2,4675/lp nessa terça-feira, 17. Na parcial do mês (até o dia 17), contudo, o Indicador acumula ligeira queda de 0,09%.
TOMATE: CALOR RESULTA EM ACENTUADA QUEDA NOS PREÇOS
Os preços do tomate salada longa vida recuaram nos últimos dias na maioria das regiões produtoras. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, esse cenário esteve atrelado às altas temperaturas, que elevaram o número de frutos maduros, resultando em sobras nos boxes. Além disso, a qualidade dos frutos também diminuiu, visto que muitos tomates apresentam manchas. Entre 9 e 13 de setembro, o tomate salada longa vida 2A se desvalorizou 43,6% no atacado do Rio de Janeiro (RJ) e 31,76% na Ceagesp, para R$ 18,61/cx de 18-20 kg e R$ 17,72/cx, respectivamente. Para a classificação 3A, os recuos foram de 36,93% (R$ 31,25/cx) e de 15,17% (R$ 34,25/cx), na mesma ordem. No mercado carioca, especificamente, a entrada do produto do Espírito Santo e das regiões fluminenses de Paty do Alferes e de São José de Ubá aumentou a pressão sobre as cotações. Nas duas últimas praças, as desvalorizações foram bastante expressivas: de 47,83% (R$ 19,40/cx) e de 42,31% (R$ 20,12/cx), respectivamente.