As exportações brasileiras de café seguem registrando bom desempenho neste ano. Em outubro, foram embarcadas 4,1 milhões de sacas de 60 kg de café (considerando-se grão verde, torrado e moído e solúvel), avanço de 11,5% em relação a outubro/19, segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café). Essa quantidade foi recorde para um mês de outubro e foi a segunda maior de toda a série histórica do Cecafé, iniciada em 1990. Os embarques foram impulsionados pela ampla oferta da atual temporada e pelo Real desvalorizado frente ao dólar. E essa performance das vendas externas é um sinal positivo, tendo em vista as incertezas relacionadas à demanda, devido à nova onda de casos de covid-19 na Europa e nos Estados Unidos e ao consequente fechamento de cafeterias e restaurantes. Para os próximos meses, colaboradores consultados pelo Cepea acreditam que os embarques devem seguir aquecidos, fundamentados no consumo em casa – a aproximação do inverno no Hemisfério Norte pode elevar a procura pela bebida – e no possível aumento da demanda de torrefadores externos pelo robusta brasileiro, em decorrência do atraso na colheita da safra do Vietnã.
ARROZ: COM ORIZICULTOR ATENTO AO CLIMA, LIQUIDEZ É BAIXA NO RS
A comercialização de arroz em casca seguiu pontual no mercado do Rio Grande do Sul nos últimos dias, visto que produtores não estão ativos, atentos ao clima – orizicultores estão preocupados, visto que o semeio avança e que o volume recente de chuvas não foi suficiente para repor os mananciais. Quanto aos preços no spot, estiveram bastante divergentes em uma mesma região, devido aos diferentes posicionamentos de agentes. O Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, com pagamento à vista, subiu 0,69% entre 10 e 17 de novembro, fechando a R$ 105,00/saca de 50 kg nessa terça-feira, 17.
ALGODÃO: MERCADO INTERNO CONTINUA LENTO, MAS EXPORTAÇÕES SÃO INTENSAS
A liquidez no mercado interno de algodão em pluma está baixa. Segundo pesquisadores do Cepea, vendedores vêm limitando a oferta, e compradores estão resistentes em pagar valores mais altos. No acumulado da parcial deste mês (até o dia 17), o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8, registra baixa de 5,6%, fechando a R$ 3,8266/lp nessa terça-feira, 17. Já as exportações de algodão em pluma estão intensas neste mês e podem atingir novo volume recorde. Somente nos primeiros nove dias úteis de novembro, o Brasil já embarcou 196,3 mil toneladas de pluma, segundo a Secex. Como comparação, de abril a julho deste ano, os embarques somaram 294,2 mil toneladas, e de agosto a outubro, 508,4 mil toneladas de pluma. Desse modo, caso o atual ritmo de vendas externas se mantenha até o final de novembro, o volume exportado deve superar o recorde atingido em janeiro deste ano, de 308,8 mil toneladas.
BATATA: PREÇOS SEGUEM EM ALTA PELA 3ª SEMANA CONSECUTIVA
As cotações da batata tipo ágata especial subiram pela terceira semana seguida, impulsionadas pelo encerramento da safra de inverno, que está próximo, e pela oferta limitada da temporada das águas, que está no início. Além disso, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, precipitações no Sudoeste Paulista (SP) e em lavouras do Sul de MG atrapalharam a colheita, limitando a oferta. Segundo atacadistas, mercadorias de qualidade inferior e superior têm chegado de todas as regiões ofertantes, o que vem gerando significativa amplitude nos valores negociados nas centrais de distribuição. Entre os dias 9 e 13 de novembro, as cotações da batata tipo ágata especial tiveram média de R$ 180,12//saca de 50 kg em São Paulo (SP), de R$ 176,12/sc no Rio de Janeiro (RJ) e de R$ 167,22/sc em Belo Horizonte (MG), respectivos aumentos de 14,75%, de 17,65% e de 18,75% frente às médias da semana anterior.