As exportações brasileiras de café seguem apresentando bom desempenho na safra 2020/21. Mesmo diante das incertezas geradas pela pandemia, os embarques estão acima das três milhões de sacas de 60 kg há sete meses consecutivos. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário é resultado do dólar elevado, da safra volumosa no Brasil e do aumento da competitividade do café nacional. Dados do Cecafé (Conselho de Exportadores de Café do Brasil) indicam que, na parcial da safra (de julho/20 a janeiro/21), foram embarcadas 27,8 milhões de sacas de 60 kg de café (grãos verdes, torrados e solúvel), forte aumento de 17,3% em relação ao mesmo período da temporada anterior (2019/20). Em janeiro, especificamente, foram 3,15 milhões de sacas. Para os próximos meses, agentes consultados pelo Cepea estão otimistas quanto ao volume a ser embarcado, fundamentados nos preços ainda atrativos do produto nacional e na alta produção em 2020/21. Além disso, as campanhas de vacinação contra a covid-19 ao redor do mundo também podem favorecer a retomada do consumo da bebida, principalmente fora dos lares.
BOI: COM FORTE ALTA DA REPOSIÇÃO, RELAÇÃO DE TROCA PIORA AO TERMINADOR
Os preços dos animais de reposição vêm registrando firme movimento de alta e renovando de forma consecutiva os recordes reais. Entre fevereiro/20 e fevereiro/21, os avanços nos valores da reposição foram mais intensos que os observados para o animal para abate, contexto que vem resultando em piora na relação de troca de terminadores. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário é bastante desafiador a pecuaristas, tendo em vista que esses agentes também se deparam com custos de insumos para alimentação em patamares recordes. Considerando-se apenas os meses de fevereiro, a atual relação de troca da arroba de boi gordo no mercado paulista por um bezerro em Mato Grosso do Sul é a segunda pior da série do Cepea, atrás apenas da verificada em fevereiro de 2015.
FRANGO: COMPETITIVIDADE DE CARNE DE FRANGO FRENTE À BOVINA É RECORDE
Nesta parcial de fevereiro, os preços médios da carne de frango negociada no atacado da Grande São Paulo apresentam alta sobre os de janeiro. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso vem do aquecimento nas demandas interna e externa. Para a carne concorrente bovina, os valores da carcaça casada também avançam neste mês, mas de forma ainda mais intensa. Diante disso, dados do Cepea mostram que a competitividade da carne avícola frente à bovina vem atingindo um novo patamar recorde em fevereiro.
SUÍNOS: PREÇOS SEGUEM EM RECUPERAÇÃO
Os valores do suíno vivo seguem em recuperação em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Apesar da demanda interna ainda enfraquecida, frigoríficos elevaram a procura por novos lotes de animais para abate nos últimos dias. Agentes de frigoríficos e indústrias processadoras vêm conseguindo repassar essas recentes altas dos preços do animal vivo para as carcaças e para a maioria dos cortes negociados no atacado, mas muitos já estão receosos quanto à comercialização nos próximos dias. Isso porque o aumento nas cotações do animal vivo tem ocorrido de forma muito rápida, o que pode dificultar os próximos repasses aos valores da proteína. Além disso, agentes estão atentos ao típico enfraquecimento das vendas na segunda quinzena de mês, devido à redução no poder de compra população.