Os contratos futuros do café encerram a semana com tendência baixista, em pregões marcados por pouca volatilidade. Antes do início do período de notificação de entrega do vencimento julho/18 na ICE US, observa-se que as rolagens de posição vão findando.
O vencimento setembro/18 do café arábica negociado na Bolsa de Nova York acumulou perdas de 155 pontos na semana, encerrando a sessão de ontem a US$ 1,1795 por libra-peso. Já na ICE Futures Europe, o vencimento setembro do café robusta foi negociado a US$ 1.701 por tonelada, com recuo semanal de US$ 11.
A força do dólar no exterior, como reflexo de uma economia mais forte nos Estados Unidos após o Federal Reserve (Fed) ter elevado os juros, prejudicou o desempenho das commodities.
A divisa foi impulsionada, também, por indicadores acima do esperado nos EUA, como as vendas no varejo, e pelo fato de a CNBC divulgar que o governo de Donald Trump deve impor tarifas a uma lista de 800 a 900 produtos chineses.
No Brasil, a moeda acompanhou o desempenho internacional e se valorizou em 2,8%, encerrando a sessão de quinta-feira a R$ 3,8119. Segundo analistas, os players estão verificando qual a força do Banco Central ao ‘peitar’ o mercado com suas intervenções. Por ora, a oferta de swaps é intensa e a impressão passada é que tem sido suficiente para controlar a cotação, mas não há certeza se esse cenário permanecerá.
Em relação ao clima, uma frente fria causou chuva e ventania no Paraná e se encontra situada no Sudeste, porém sem risco para o cinturão cafeeiro da Região, segundo a Somar Meteorologia. O serviço informa que esse sistema trouxe chuva para São Paulo e Sul de Minas Gerais, mas em pequenos volumes.
A Somar também comunica que a ocorrência de precipitações permanecerá em todas as áreas produtoras do Sudeste. Entre hoje e domingo, uma massa de ar polar que acompanha a frente fria derruba as temperaturas, mas, como há existência de muitas nuvens, não há risco de geadas nas regiões produtoras.
No mercado físico, com a força do dólar, os preços dos cafés arábica e robusta não seguiram o desempenho internacional e subiram. Para a primeira variedade, como a moeda americana oscilou bastante, os agentes ficaram distantes do spot e os negócios ficaram lentos. Já para o conilon notou-se uma leve melhora na liquidez, com vendedores mais ativos.
Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e robusta foram cotados a R$ 465,92/saca e a R$ 342,21/saca, registrando valorizações de 1,4% e 1,8% respectivamente.