Os preços dos cafés arábica e robusta avançaram na última semana, impulsionados pela alta do dólar e pela retração de boa parte dos vendedores. Ainda assim, os valores mais elevados permitiram o fechamento de alguns negócios, especialmente do robusta. No começo desta semana, os preços domésticos seguiram em alta, ainda influenciados pelo cenário cambial e pelas valorizações externa dos cafés arábica e robusta, que, por sua vez, subiram diante de preocupações quanto ao impacto do clima no Brasil. Nessa terça-feira, 30, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, fechou a R$ 507,79/saca de 60 kg, elevação de 5,7% frente à terça passada, 23. Quando ao dólar, fechou a R$ 5,44, valorização de 5,7% no mesmo comparativo. Para o robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 a R$ 352,57/sc nessa terça-feira, alta de 4,9% frente ao dia 23.
ARROZ: VENDAS SE ENFRAQUECEM; PREÇOS OSCILAM COM DEMANDA PONTUAL
As vendas de arroz em casca às indústrias beneficiadoras no Rio Grande do Sul se enfraqueceram na última semana de junho. Esse cenário se deve à ocorrência de chuvas, que dificulta o transporte das propriedades para os engenhos, e também à baixa necessidade de caixa por parte de produtores. Assim, com demandas pontuais, os preços oscilaram regionalmente. Vale ressaltar que algumas indústrias pagaram um pouco mais pelos lotes próximos de suas unidades processadoras. O Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros (média ponderada), registrou alta de 1,18% entre 23 e 30 de junho, fechando a R$ 62,75/sc de 50 kg no dia 30. Em junho, o Indicador subiu 0,38%. Segundo colaboradores do Cepea, o beneficiamento e as vendas do arroz gaúcho tiveram ritmo mais acelerado a partir de março, atingindo recorde histórico em maio/20, com praticamente 829 mil toneladas comercializadas, segundo o Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz). Em relação ao mesmo período de 2019, esse volume é 33,5% superior. O recorde em maio/20 pode justificar o menor ritmo de vendas em junho. Segundo agentes, as comercializações acima da média podem representar, na prática, um estoque maior no atacado e/ou varejo, o que levaria à uma menor necessidade de novas aquisições.
ALGODÃO: RITMO DE NEGÓCIOS TEM LEVE AUMENTO EM JUNHO; COTAÇÕES SE ESTABILIZAM
As negociações envolvendo algodão em pluma registraram ligeira melhora em junho frente aos dois meses anteriores. Ao longo do período, entregas de contratos que estavam postergadas foram realizadas, e negócios envolvendo a pluma da nova safra, fechados. Segundo colaboradores do Cepea, compradores seguiram pressionando as cotações, pedindo maiores prazos para pagamento e buscando o produto de melhor qualidade. Já vendedores estiveram mais atentos aos trabalhos de campo, na expectativa de conseguir cumprir os contratos efetuados anteriormente. Ressalta-se que os contratos antecipados devem gerar receita maior que a obtida com as vendas nos atuais patamares de preços. Neste cenário, os preços seguiram estáveis ao longo de todo o mês. O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, oscilou entre R$ 2,6923/lp e R$ 2,7271/lp em junho, ou seja, com o valor mínimo sendo apenas 1,3% menor que o máximo. Na média do mês, o Indicador fechou a R$ 2,7102/lp, 2,3% maior que o de maio/20, mas 3% inferior ao de jun/19 e 7,1% abaixo da média de março/20, quando a pandemia de coronavírus começou a ganhar força no Brasil – todas em termos nominais.
ALFACE: COM REDUÇÕES DE ÁREA, PREÇOS REAGEM
Os preços das alfaces reagiram em Mogi das Cruzes (SP) nos últimos dias. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, a oferta na região é baixa, principalmente devido à redução no plantio, que vem ocorrendo desde abril. Além disso, na última semana, produtores relataram problemas pontuais de produção, relacionados a dificuldades de manejo de doenças (como a murchadeira), que reduziram também a qualidade das folhosas. Apesar da maior sensibilidade da americana, os aumentos mais expressivos entre 22 e 26 de junho foram registrados para a lisa, de 13,87% frente à média da semana anterior, fechando a R$ 13,13/cx com 20 unidades. A expectativa é de que os preços se sustentem ou continuem a aumentar, já que, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, alguns reajustes não foram feitos na última semana para serem realizados nesta. Com a reação dos preços, alguns produtores planejam aumentar o plantio, o que pode voltar a equilibrar a oferta.