Mais uma semana com o mercado começando “de lado”, em nova consolidação, com o Dez-23 “lateralizando” entre +144 / + 150 centavos de dólar por libra-peso. O primeiro pregão da semana chegou a animar com o Dez-23 chegando a negociar na máxima da semana @ +151,40 centavos de dólar por libra-peso e com o R$ estável negociando entre +5,04 / +5,08 R$/US$.
Os outros 4 dias foram desanimadores com o R$ sofrendo nova desvalorização em função do stress dos juros americanos. O mercado estava aguardando a sexta-feira quando os dados de desemprego americano seriam publicados. A cada dia da semana os juros “longos” americanos (+10 anos) continuaram negociando a preços recordes (não vistos desde 2007) chegando a negociar e romper negócios acima dos +5% ao ano! Com os juros americanos mais altos – com prêmio atraindo o capital especulativo para a “segurança dos títulos americanos” – e os problemas fiscais/gastos/arrecadação do governo brasileiro levaram ao stress do R$ a desvalorizar -3,57% (chegou a negociar na sexta-feira @ 5,22 R$/US%) e encerrou a semana com desvalorização de “apenas” -2,38% @ +5,1613 R$/US$.
Em R$/saca o mercado interno brasileiro continuou negociando para o café arábica tipo 6 com vencimentos contra o Dez-23 entre +770 / +820 R$/saca e para o café arábica tipo “cereja descascado” entre +850/+880 R$/saca. Para novos negócios, para as próximas safras julho-24/junho-25 e julho-25/junho-26 alguns compradores continuaram indicando interesses de compra para o café tipo 6 para entrega entre julho-agosto-24 e julho-agosto-25 @ +840 e +865 R$/saca com poucos negócios/travas reportados.
Na segunda-feira, o presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello, afirmou, em entrevista ao portal Notícias Agrícolas, que, neste ano, a cooperativa sentiu um declínio na produção de café em relação ao ano passado. “Devemos fechar a safra 2023 com uma queda de, aproximadamente, 20% em relação a 2022”, disse. Algumas outras cooperativas e produtores continuam confirmando redução nas expectativas da safra “frustrada”! Então, continuo com minha estimativa para a safra 23/24 entre +56/+60 milhões de sacas e com o Brasil exportando entre +36/+38 milhões de sacas!
O mercado continua acompanhando de perto os números da exportação do Brasil para o mês de set-23. Segundo a Secex*, em Set-23 o Brasil exportou +3,098 milhões de sacas x +3,449 milhões de sacas em agosto-23 e +2,475 milhões de sacas em julho-23. Por outro lado, os dados da Cecafé* (set-23 ainda não foram “fechados”) estão indicando uma exportação ao redor dos +3,20 milhões de sacas x 3,763 milhões de sacas em agosto-23 e 3,00 milhões de sacas em julho-23.
Infelizmente, como mencionado aqui no comentário da semana passada, os dados estatísticos brasileiros sempre serão questionados. Atualmente temos 2 grupos (um governamental e um privado – Secex e Cecafé*) confiáveis informando os números referente “exportação” e 2 grupos governamentais (Conab* e IBGE*) publicando a expectativa da produção. E infelizmente os números divergem entre si.
Então, em qual número confiar? Escolha 1 deles e “não olhe para os outros”. Senão, você vai ficar louco e os números nunca irão fechar!
Com base nos primeiros 3 meses da safra 23/24 já existe uma diferença entre os números “oficiais” da Secex* e os números “oficiais” da Cecafé* (considerando uma exportação base Cecafé* para o mês de set-23 em +3,30 milhões de sacas), em “apenas” +950.369 sacas!
Outro ponto para apresentar aos nossos leitores (com relação ao comentário da semana passada), é a variação dos dados diários publicados pela Cecafé*. Com base nessas variações diárias conseguimos analisar e tomar posições em nossas analises com base nos “desvios padrões”, nos dados históricos, e nos nossos “bancos de dados”!
Até o dia 29 de setembro, segundo a Cecafé*, o Brasil havia solicitado permissões para exportar +3,24 milhões de sacas e já havia embarcado +2,94 milhões de sacas. Considerando que os números do dia da publicação referem-se aos dados coletados até o “dia anterior” (D-1) então nosso cálculo para a estimativa mensal leva-se em conta a seguinte fórmula: (Nr sacas publicado / dia da publicação -1) x número de dias no mês!
Então, com base nos últimos dados publicados no dia 29/09 pela Cecafé*, considerando que ainda teríamos + 2 dias para fechar os números do mês de set-23 (setembro tem 30 dias), então a exportação para o mês de set-23 poderá ficar ao redor das +3,15/+3,25 milhões de sacas.
Para o mês de outubro-23, com base nos dados publicados pela Cecafé* na primeira semana de out-23, notem como a variação e “projeção” dos números diários com base nas “emissões e embarques” oscilam:
As projeções referentes “emissões” para o mês de out-23 já foram descartadas por mim, por enquanto, pois o Brasil exportou em nov-20 +4,770 milhões de sacas! Foi a exportação mensal recorde com uma safra 20/21 estimada e “teoricamente” confirmada em +70 /+ 72 milhões de sacas! Então, com base nas minhas análises, dificilmente o Brasil irá exportar acima de +3,50 milhões de sacas/mês nos próximos 9 meses!
Os números acima já levantam “uma luz amarela/vermelha” e iremos seguir monitorando ajustes nos próximos dias para convergirem para os “números possíveis”!
Se o Brasil exportar em set-23 (com base nos números da Cecafé*) +3,30 milhões de sacas, então, nos próximos 9 meses o Brasil irá precisar exportar +3,80 milhões de sacas para “fechar o ano safra julho-23/junho-24” as +44,00 milhões de sacas!
Nas ultimas 3 safras, no período julho-X / junho-X+1, o Brasil exportou nas safras 20/21, 21/22 e 22/33, na média mensal, respectivamente +3,806 / +3,266 / +2,968 milhões de sacas (com base nos dados da Cecafé*)!
Outra “noticia” que precisa (ou deveria) ser contestada imediatamente pelas nossas lideranças é esta publicada pela “Reuters” referente a empresa Atomo! Essa startup está lançando um “café artificial” com preço 2x ao preço atual praticado pelo mercado! Justificativa: “A Atomo diz que seu café inicial sem grãos, “prova de conceito”, causou 93% menos emissões de carbono e usou 94% menos água do que o café normal. Time Magazine a nomeou uma das 200 melhores invenções de 2022”.
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LONDRES (Reuters) – Uma startup com sede em Seattle, apoiada por alguns dos investidores por trás da Beyond Meat (NASDAQ:BYND) BYND.O, está lançando o primeiro café sem grãos do mundo esta semana, em uma tentativa de reduzir o impacto ambiental da popular bebida.
A inovação chamou a atenção dos investidores, que investiram 51,6 milhões de dólares na Atomo Coffee na esperança de que a sua bebida – que utiliza superalimentos e ingredientes reciclados para imitar a estrutura molecular do café – seja um sucesso entre os consumidores.
À medida que o clima mundial aquece, as explorações de café, especificamente aquelas que cultivam a variedade mais delicada de Arábica, preferida pelos baristas, estão a subir colinas, destruindo florestas ao longo do caminho, na procura de climas mais frescos.
O desmatamento é a segunda principal causa das mudanças climáticas, depois da queima de combustíveis fósseis. Estudos mostram que, até 2050, cerca de metade das terras actualmente utilizadas para cultivar café poderão ser improdutivas graças às alterações climáticas.
“O café está causando desmatamento em um ritmo bastante alarmante – quase dez Central Parks (de Nova York) por dia”, disse o CEO e cofundador da Atomo, Andy Kleitsch, antes do lançamento do café sem grãos da empresa no Festival de Café de Nova York, na sexta-feira.
“Estamos a falar de uma máquina, de uma máquina de café que nunca para, está sempre à procura de mais terreno, e é isso que estamos a tentar evitar”, afirmou.
A Atomo diz que seu café inicial sem grãos, “prova de conceito”, causou 93% menos emissões de carbono e usou 94% menos água do que o café normal. Time Magazine a nomeou uma das 200 melhores invenções de 2022.
A empresa espera ver números semelhantes para o seu novo café quente sem grãos, que também é feito principalmente com ingredientes reciclados, como sementes de tâmaras, que tendem a ser descartadas no processo de produção comercial.
A Atomo está inicialmente visando cafeterias em vez de lojas e redes de supermercados, já que seu café torrado será vendido no atacado por US$ 20,99 por libra, contra os US$ 10-14 por libra pagos pela cafeteria média dos EUA.
Após um rápido crescimento inicial, alguns fabricantes de alternativas à carne têm enfrentado dificuldades mais recentemente, à medida que os consumidores, atingidos pela inflação, reduziram os seus produtos, muitas vezes mais caros.
No entanto, a Atomo diz que está em negociações com a maioria das principais empresas de café do mundo sobre como poderá expandi-las e fornecê-las.
“Todos eles (grandes produtores de café) sabem que têm um problema com a disponibilidade de café nos próximos 20 a 30 anos e estão tentando se antecipar ao problema”, disse Kleitsch.
(Reportagem de Maytaal Angel
Edição de Mark Potter)
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O mercado continua pressionado com os fundos + especuladores voltando a aumentar a posição vendida. Agora terminaram o último período de apuração vendidos em -21.224 lotes (aumentando a posição vendida em +6.182 lotes).
No curto prazo o Dez-23 continua com suporte @ +143,20 centavos de dólar por libra-peso e primeira resistência @ +154,10 centavos de dólar por libra-peso.
O vencimento das opções do contrato Dez-23 será no próximo dia 10 de novembro! Vamos monitorar de perto pois, a posição “em aberto” nas opções de compra “call” nos “strikes” +150 / + 155 / + 160 / + 165 / + 170 / + 175 / +180 centavos de dólar por libra-peso está em aproximadamente +17.428 lotes! Respectivamente, em cada strike acima, +3.799 / +1.176 / + 2.607 / +3.238 / + 2.641 / + 1.982 / + 1.985 lotes!
Os “comprados” poderão “puxar” o mercado para cima, acionando “stops”, podendo levar os preços voltar a negociar acima dos +165/+170 centavos de dólar por libra-peso nos próximos dias!
Do lado “vendedor” nas opções de venda “put”, nos strikes +160 / + 155 / + 150 / + 145 / + 140 / + 135 / +130 / + 125 / + 120 a posição “em aberto” está em aproximadamente +16.668 lotes! Respectivamente, em cada strike acima, +2.574 / +1.512 / +2.887 / +1.687 / +1.782 / +1.797 / +1.511 / +755 / +2.163 lotes!
Será que iremos ver o mercado voltando aos +120 centavos de dólar por libra-peso? Possível sim! Provável creio que ainda não! A não ser que a próxima safra 24/25 confirme uma “super-safra” com produção acima dos +75 milhões de sacas e com o escalonamento dos juros americanos, novos aumentos nas taxas de juros nos Estados Unidos e Europa. E agora, com o novo efeito “cascata/global” com a guerra iniciada nesse final de semana entre Israel e os terroristas da faixa de Gaza.
Dias difíceis / turbulentos pela frente!
Aproveitem eventuais “altas” para comprar proteção, para fazer “hedge” para as próximas safras 24/25 e 25/26, garantindo “preço mínimo” acima do seu custo de produção!
Boa semana a todos!