O Brasil deve colher uma boa safra em 2019/20, depois do recorde da produção na temporada 2018/19, de acordo com informações do Cepea. Mesmo com a bienalidade negativa do arábica, o clima tem auxiliado o desenvolvimento das plantas, o que pode aumentar a produtividade. Assim, os valores interno e externo do café arábica podem seguir em patamares abaixo dos observados em outros anos de bienalidade negativa. Quanto ao robusta, a produção também deve ser elevada em 2019/20, devido às chuvas volumosas a partir de agosto de 2018, que favoreceram a recuperação dos cafezais após a colheita.
ETANOL: DEMANDA PODE AUMENTAR COM RETOMADA DE CRESCIMENTO DA ECONOMIA
Em 2019, a esperada retomada do crescimento da economia brasileira (projeções do Banco Central indicam alta de 2,55% do PIB) deve elevar a renda das famílias, o que pode aquecer as vendas de carros e, consequentemente, aumentar a demanda por combustíveis. Assim, de acordo com pesquisadores do Cepea, os etanóis devem continuar a ter participação expressiva nas vendas de combustíveis no Brasil. Quanto à oferta, analistas projetam moagem e volume de Açúcar Total Recuperável (ATR) na safra 2019/20 do Centro-Sul próximos dos verificados em 2018/19, em andamento. Por outro lado, a alocação da cana para açúcar e etanol deve ser reajustada na temporada 2019/20 frente à registrada na anterior.
TRIGO: CLIMA AFETA QUALIDADE EM 2018
No início de 2018, o mercado de trigo registrava menor produção, grande volume importado e preços em alta, especialmente no Paraná e em São Paulo, conforme indicam pesquisadores do Cepea, atraindo produtores e elevando a área. Porém, com condições climáticas desfavoráveis, a qualidade do cereal desta temporada foi prejudicada. Quanto aos preços, no primeiro semestre do ano passado, período de entressafra argentina, a forte alta do dólar encareceu as importações de trigo e sustentou os valores no Brasil, de acordo com dados do Cepea. Já no segundo semestre, a oferta interna e os bons estoques das indústrias fizeram com que os preços caíssem, movimento que persistiu até outubro. De outubro a dezembro, compradores, preocupados com a possibilidade de novas altas nas cotações no início de 2019, estiveram ativos, sustentando os valores, principalmente no último mês do ano.
ARROZ: 2018 REGISTRA CONSUMO ENFRAQUECIDO E QUEDA NAS COTAÇÕES
A cadeia produtiva de arroz voltou a sentir a pressão sobre os valores em 2018, resultado especialmente das dificuldades de alavancar o consumo interno. De acordo com dados do Cepea, os preços em queda no primeiro semestre, devido ao período de colheita e à maior negociação do cereal, pressionaram a média anual, que fechou em R$ 39,79/sc de 50 kg (Indicador do arroz em casca ESALQ/Senar-RS), em termos nominais, baixa de 2% frente à média de 2017 (R$ 40,60/sc de 50 kg). As baixas foram mais expressivas no primeiro trimestre do ano, diante da expectativa da maior disponibilidade da safra 2017/18.