Apesar do avanço da colheita de robusta nos últimos dias, colaboradores do Cepea apontam que o volume disponível no spot nacional ainda não é elevado, já que muitos produtores estão concentrados na entrega dos contratos fechados em meses anteriores. Além disso, vendedores aguardam novas valorizações, fundamentados na quebra da safra de arábica em 2021/22 e em preocupações com o clima mais seco nas últimas semanas. Nessa terça-feira, 8, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta do tipo 6 peneira 13 acima fechou a R$ 479,95/sc, avanço de 0,7% frente ao dia 31 de maio. Para o arábica, a colheita da safra de 21/22 também ganhou ritmo nos últimos dias, mas um maior volume da variedade deve chegar ao mercado apenas após a segunda quinzena de junho. No físico, os negócios envolvendo arábica estiveram lentos nos últimos dias, visto que a forte oscilação dos futuros e o feriado de Corpus Christi na quinta-feira, 3, mantiveram a maior parte dos agentes distante do mercado. Nessa terça-feira, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, fechou a R$ 871,72/sc, baixa de 0,65% frente ao dia 31 de maio.
ARROZ: COM DEMANDA ENFRAQUECIDA, INDICADOR SEGUE EM QUEDA HÁ UM MÊS
O Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS vem registrando baixas consecutivas desde o dia 10 de maio. Segundo colaboradores do Cepea, esse cenário reflete a demanda interna bastante enfraquecida, principalmente na “ponta final” da cadeia, devido ao atual contexto econômico no Brasil, com índice de desemprego elevado e poder de compra fragilizado. Do lado da oferta, muitos vendedores estão retraídos dos negócios, à espera de melhor remuneração. Esses agentes apontam elevação dos custos de produção nesta temporada 2020/21 e possibilidade de altas ainda mais expressivas na safra 2021/22. Além disso, as unidades de beneficiamento ainda priorizam o cereal depositado, alegando margens apertadas. Esses fatores reforçam a baixa liquidez. Entre 1º e 8 de junho, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros (média ponderada e pagamento à vista), recuou 2,2%, para R$ 76,67/sc de 50 kg nessa terça,feira, 8, o menor patamar registrado desde 17 de agosto de 2020, em termos nominais, quando o Indicador fechou a R$ 75,88/sc.
ALGODÃO: COM POUCOS AGENTES ATIVOS, LIQUIDEZ ESTÁ BAIXA NO SPOT NACIONAL
Enquanto as negociações envolvendo algodão em pluma seguem lentas no spot nacional, as exportações brasileiras do produto continuam intensas. No mercado interno, poucos agentes estão ativos. Segundo colaboradores do Cepea, a demanda está enfraquecida, tendo em vista a lentidão das vendas ao longo da cadeia têxtil, a preocupação de agentes de indústrias com o repasse dos preços e a expectativa de valores menores da pluma com a entrada mais efetiva da nova temporada. Assim, agentes adquirem pequenos volumes apenas quando há necessidade imediata. Do lado vendedor, a maioria dos cotonicultores está capitalizada e priorizando os trabalhos de campo da safra 2020/21. Nesse cenário, os fechamentos no spot e também de contratos a termo direcionados aos mercados doméstico e externo têm sido poucos. Entre 31 de maio e 8 de junho, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, caiu 0,35%, fechando a R$ 5,0237/lp nessa terça-feira, 8.