A colheita já se iniciou em parte das regiões produtoras do Brasil. Segundo colaboradores do Cepea, ainda que o volume colhido seja pequeno, os trabalhos vêm ganhando ritmo. Levantamento do Cepea mostra que, na região de Garça (SP), os trabalhos somam em torno de 10% da produção estimada; na Mogiana e em Matas de Minas, as atividades totalizam cerca de 5%; no Noroeste do Paraná e no Sul Mineiro, apenas 2% foram colhidos. Já no Cerrado Mineiro, as atividades devem ser iniciadas em breve. Para o robusta, em Rondônia, cerca de 30% da produção estimada já foi colhida; no Espírito Santo, as atividades somam de 10 a 15% do volume esperado.
ARROZ: NEGÓCIOS SÃO LENTOS NO RS; EXPORTAÇÃO VOLTA A CRESCER
Nem mesmo o final da colheita no Rio Grande do Sul aumentou o ritmo de negócios envolvendo o arroz em casca. Segundo pesquisadores do Cepea, a baixa liquidez se deve sobretudo à disparidade entre os preços para compra e venda do cereal. No front externo, as exportações de arroz voltaram a crescer em abril enquanto as importações caíram, cenário que favoreceu o resultado da balança comercial brasileira. Segundo a Secex, as exportações somaram 140,2 mil toneladas em abril/23, em equivalente arroz em casca, 21,1% acima das de março/23 e 107% maiores que as de abril/22 – os embarques brasileiros vêm se mantendo acima de 100 mil toneladas desde junho de 2022. Do lado das importações, chegaram aos portos brasileiros 112,7 mil toneladas de arroz (base casca) em abril/23, volume 17,5% menor que o de março/23 e 35,6% abaixo do de abril do ano passado.
ALGODÃO: PREÇOS TÊM LEVE REAÇÃO, MAS LIQUIDEZ SEGUE BAIXA
Os valores internos do algodão em pluma sinalizaram certa reação nos últimos dias, mas a liquidez segue baixa, tendo em vista a dificuldade entre os agentes ativos em acordar os preços e a qualidade dos lotes. Segundo pesquisadores do Cepea, do lado vendedor, cotonicultores, sobretudo, estão mais firmes em suas ofertas, e outros vendedores mostram interesse por contratos para escoar a pluma ao mercado externo – uma vez que as cotações domésticas ainda operam abaixo da paridade de exportação –, o que segue limitando a disponibilidade do algodão no spot nacional. Compradores, por sua vez, estão cautelosos, adquirindo somente o essencial para uso imediato e/ou para repor estoques. Apesar da recente reação nos preços, na primeira quinzena de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma, com pagamento em 8 dias, ainda acumula baixa, de 3%.